Guilherme Abbud, CEO da Persevera Asset, em entrevista ao BM&C News discutiu sobre as implicações da atual política monetária do Banco Central do Brasil, especialmente o patamar elevado da taxa Selic, que permanece em 15%. Abbud critica o uso excessivo de juros altos, afirmando que “a cultura brasileira ainda se apega a práticas obsoletas para o controle da inflação, o que não se vê em outros países emergentes que já adotaram abordagens mais modernas e graduais“. Essa crítica se torna relevante em um contexto onde a inflação global é gerida de maneira mais equilibrada e adaptável, permitindo um crescimento econômico mais sustentável.
Abbud destaca a necessidade urgente de reformulações na governança da política monetária brasileira. Segundo ele, “se não houver mudanças significativas, continuaremos a enfrentar choques abruptos que prejudicam a economia como um todo“. Essa visão reflete a preocupação com a falta de flexibilidade e a rigidez das atuais políticas, que podem não apenas sufocar o crescimento, mas também desestimular investimentos estrangeiros.
Juros no radar do investidor
O CEO da Persevera Asset também aponta para um potencial cenário de queda das taxas de juros no médio prazo. Ele acredita que a desaceleração econômica e a redução da inflação podem permitir uma revisão da taxa Selic, tornando-a mais alinhada com as necessidades do mercado. “Se a inflação continuar a ceder, o Banco Central poderá ser pressionado a ajustar a taxa para níveis mais saudáveis“, comentou Abbud, enfatizando a importância de um ajuste que não apenas alivie a carga sobre os consumidores, mas também estimule investimentos.
Com a taxa Selic elevada, investidores precisam ser estratégicos em suas decisões. Abbud sugere que, em momentos de juros altos, é prudente diversificar os investimentos e considerar ativos que possam oferecer proteção contra a inflação. “Os investidores devem olhar além da renda fixa e considerar ações e outros instrumentos financeiros que podem se beneficiar de um ambiente econômico mais dinâmico“, alertou. Esse conselho se torna ainda mais relevante à medida que o Brasil busca retomar seu crescimento, especialmente em um cenário global volátil.
Por fim, a análise de Abbud traz à tona a importância de uma abordagem macroeconômica que priorize o crescimento sustentável. A combinação de uma taxa de juros mais baixa e uma governança monetária adaptável pode proporcionar um cenário mais favorável para o desenvolvimento econômico. “É crucial que o Brasil aprenda com as experiências de outros países e busque soluções que promovam um crescimento robusto e sustentável“, concluiu o CEO.