A disputa entre gigantes da tecnologia por especialistas renomados em inteligência artificial intensificou-se ao longo dos últimos anos, refletindo o valor estratégico que profissionais dessa área representam para o setor. Um novo capítulo desse cenário ocorre em 2025, com a saída do principal executivo responsável pelos modelos de IA da Apple Inc., Ruoming Pang, que agora se dirige à Meta Platforms Inc. Tal mudança levanta perguntas sobre os rumos dos projetos de inteligência artificial no ecossistema da Apple e indica os objetivos ambiciosos da Meta no desenvolvimento de superinteligência artificial.
Pang era líder de uma equipe fundamental da Apple, gerenciando aproximadamente cem profissionais voltados à construção de grandes modelos de linguagem, base para o chamado Apple Intelligence e ferramentas avançadas de IA nos dispositivos da empresa. Sua contratação pela Meta, confirmada pela própria companhia, faz parte de uma robusta movimentação de mercado que inclui ofertas milionárias para atrair talentos de ponta, estabelecendo novos padrões de remuneração nesse campo.
Por que a saída de Ruoming Pang é significativa para o setor de IA?
A troca de liderança em equipes responsáveis por IA avançada pode alterar significativamente a dinâmica e a capacidade de inovação de uma grande empresa de tecnologia. No caso de Pang, sua experiência inclui passagens por outras empresas líderes, como Alphabet Inc., além de sua atuação central na criação dos modelos subjacentes a funcionalidades presentes em iPhones e iPads. A equipe chefiada por Pang não apenas viabilizava funções como resumos automáticos de e-mails e geração de imagens personalizadas, como também trabalhava em projetos confidenciais cuja abertura para desenvolvedores terceirizados foi anunciada recentemente.
Este movimento ocorre em um contexto de revisão interna da Apple no tocante ao desenvolvimento de soluções próprias, frente à possibilidade de incorporar tecnologias de empresas como OpenAI e Anthropic em produtos-chave, como a Siri. Esse debate interno provocou reestruturações e substituições de gestores, mexendo com o moral dos times responsáveis pelos modelos de base da Apple.
Como a Meta tem atuado na disputa global por talentos em inteligência artificial?
Meta Platforms, sob a liderança de Mark Zuckerberg, intensificou os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de IA, transformando o segmento em prioridade máxima para a companhia em 2025. Zuckerberg pessoalmente tem liderado esforços de recrutamento, incluindo reuniões presenciais para atrair profissionais experientes de empresas rivais. Além de Pang, a Meta contratou nomes expressivos de empresas concorrentes diretamente envolvidas nas inovações de IA, como OpenAI, Anthropic e Scale AI, todos devidamente remunerados com pacotes milionários anuais.
Esse movimento está inserido em uma estratégia de alocação de dezenas de bilhões de dólares para infraestrutura e novas pesquisas, com ênfase no desenvolvimento de “superinteligência”, conceito que remete a sistemas computacionais capazes de igualar ou superar desempenho humano em diversas tarefas. O grupo de superinteligência da Meta vem agregando profissionais responsáveis por marcos recentes no setor, indicando intenções claras de liderar a próxima geração de soluções baseadas em inteligência artificial.
Quais impactos as mudanças internas podem trazer para o futuro dos projetos de IA da Apple?

Com a saída de nomes influentes, a Apple redesenha a estrutura de liderança dentro das equipes voltadas ao avanço de seus modelos de linguagem e funcionalidades associadas. Zhifeng Chen assumirá a gestão da equipe de modelos de base, que agora contará com novos gerentes intermediários. Paralelamente, a estratégia central de IA da Apple está sob o comando de Craig Federighi e Mike Rockwell, dividindo-se entre áreas de software para produtos de consumo e iniciativas de pesquisa.
- A equipe responsável por Siri e recursos inteligentes sofreu reestruturações recentes após atrasos e respostas negativas ao lançamento de novos produtos.
- A Apple abriu seus modelos de IA para desenvolvedores externos, buscando estimular inovação e ampliar o ecossistema de aplicativos compatíveis.
- A concorrência com soluções terceirizadas, incluindo ChatGPT e Claude, traz desafios e oportunidades para redefinir a oferta de inteligência artificial nativa nos dispositivos da empresa.
A movimentação de profissionais especializados em IA, como Pang e outros nomes recrutados pelo mercado, reflete não apenas a valorização desses talentos, mas também a urgência das grandes empresas em estabelecer vantagens competitivas por meio da inovação tecnológica. A tendência de ofertas salariais expressivas e a reestruturação interna indicam que a corrida por inteligência artificial em 2025 continuará acelerada e marcada por mudanças constantes nas equipes e nas abordagens das gigantes da área.