O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira (2) em leve baixa de 0,36%, aos 139.050,93 pontos, após oscilar entre mínima de 138.383 e máxima de 140.048 pontos. Apesar do recuo, o principal índice da Bolsa brasileira manteve-se acima da faixa dos 139 mil pontos pela segunda sessão consecutiva, em um pregão marcado por realização de lucros no setor bancário e pressão nos juros futuros.
O volume financeiro negociado girou entre R$ 16,7 bilhões e R$ 24,3 bilhões, de acordo com diferentes fontes de mercado, abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões. No acumulado de julho, o índice apresenta ganho modesto de 0,14%, enquanto no ano a valorização já atinge 15,60%.
Pressão nos bancos e cautela fiscal impactam o mercado
A principal força negativa da sessão veio do setor bancário. As ações do Santander (SANB11) caíram cerca de 3%, enquanto Itaú (ITUB4) recuou 0,55%, refletindo um movimento de ajuste técnico após os ganhos recentes. A exceção foi Banco do Brasil (BBAS3), que teve leve alta de 0,37%.
Além disso, investidores reagiram com cautela ao avanço da discussão sobre mudanças na cobrança de IOF em operações de crédito, o que adicionou incertezas fiscais ao ambiente doméstico. No cenário internacional, a elevação nos juros das Treasuries americanas — diante de temores fiscais no Reino Unido — influenciou a curva de juros no Brasil e ampliou o sentimento de aversão ao risco.
Vale e Petrobras sustentam Ibovespa com apoio das commodities
Por outro lado, a recuperação dos preços do minério de ferro na Ásia impulsionou as ações da Vale (VALE3), que subiram 3,64%. As ações da Petrobras também contribuíram para conter a queda do índice, com PETR3 avançando 2,10% e PETR4, 1,78%.
O movimento de alta se estendeu para o setor de siderurgia, com forte valorização das ações de CSN (CSNA3), que subiu 6,13%, Usiminas (USIM5) (+5,37%) e Gerdau (PN +3,25%; ON +3,12%).
Varejo e consumo sofrem quedas expressivas no Ibovespa
Na ponta negativa, ações ligadas ao consumo interno lideraram as perdas. O papel do Assaí (ASAI3) caiu 7,52%, seguido por Magazine Luiza (MGLU3) (-6,59%), Smart Fit (SMFT3) (-6,06%) e Localiza (RENT3) (-5,76%). O setor foi afetado pela perspectiva de juros mais altos, que impacta diretamente o crédito e a demanda doméstica.
Perspectivas para os próximos dias
O mercado segue atento ao cenário fiscal brasileiro, especialmente no que diz respeito ao IOF e ao equilíbrio das contas públicas. No plano internacional, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano continuam sendo observados de perto, dada sua influência sobre os ativos de risco globais.
Outro fator relevante para os próximos pregões será o comportamento das commodities. A manutenção do movimento de alta no minério de ferro e no petróleo pode continuar sustentando ações de grandes exportadoras brasileiras.