O mercado financeiro começa a precificar até três cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 2025. No entanto, segundo o economista Bruno Corano, esse cenário ainda depende de fatores decisivos, como o desempenho do payroll, que segue como um dos indicadores mais importantes para as decisões de política monetária nos Estados Unidos.
“As tarifas e os dados do payroll são fatores que podem frear o Fed”, afirma Corano. Para ele, a expectativa de cortes, embora presente no radar dos investidores, precisa ser avaliada com cautela diante das incertezas que ainda rondam a economia americana.
Payroll pode mudar o rumo do Fed
As tarifas comerciais e o desempenho do mercado de trabalho têm gerado dúvidas sobre a sustentabilidade do crescimento econômico nos EUA. Corano ressalta que, sem um payroll robusto, o Fed tende a adotar uma postura mais conservadora.
“Só um dado catastrófico no payroll justificaria uma ação imediata por parte do Fed”, explica o economista, reforçando que decisões sobre os juros exigem fundamentos sólidos.
Apesar do otimismo de parte do mercado, a probabilidade de um corte de juros já em julho é considerada baixa. Segundo Corano, o Fed continuará a observar atentamente os indicadores econômicos, principalmente os dados do payroll, antes de tomar qualquer decisão. “A cautela é essencial neste momento”, pontua.
Estratégias para o investidor diante do payroll
Para os investidores, o cenário exige atenção redobrada. Corano recomenda uma abordagem mais defensiva, com diversificação de portfólio e foco em ativos que possam se beneficiar caso o payroll aponte para uma desaceleração e motive cortes de juros.
“Investidores devem estar preparados para ajustes rápidos e não perder de vista os riscos do atual ambiente macroeconômico”, alerta.
Enquanto o payroll segue como o principal termômetro da economia americana, o mercado mantém um otimismo cauteloso, acompanhando de perto os sinais do Fed e os dados de emprego que podem definir os rumos dos juros nos próximos meses.