Uma recente pesquisa de opinião pública revelou que grande parte dos brasileiros está atenta aos acontecimentos envolvendo fraudes em benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O levantamento, realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas em junho de 2025, mostra como a população percebe a responsabilidade sobre os desvios bilionários que atingiram aposentados e pensionistas nos últimos anos.
Segundo os dados coletados, a maior parcela dos entrevistados atribui a responsabilidade principal ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto funcionários do próprio INSS e o ex-presidente Jair Bolsonaro também aparecem entre os mais citados. O escândalo, que veio à tona por meio da Operação Sem Desconto, envolve descontos indevidos em benefícios e mobilizou diversas entidades e órgãos públicos.
Como ocorreu a fraude nos benefícios do INSS?
O esquema de fraudes no INSS foi revelado após investigações apontarem a atuação de associações, corretoras, call centers e empresas de consultoria. Entre 2019 e 2024, essas organizações teriam aplicado descontos não autorizados diretamente nos benefícios de milhões de aposentados e pensionistas. O golpe consistia em incluir cobranças de serviços ou associações sem o consentimento dos titulares, gerando prejuízos significativos para os beneficiários.
De acordo com informações do próprio INSS, cerca de 3,4 milhões de pessoas já relataram terem sido vítimas dessas práticas. O número de contestações reconhecidas oficialmente, porém, ainda é inferior a 100 mil, indicando que muitos casos aguardam análise ou manifestação dos beneficiários. A expectativa é que, com a homologação do acordo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ressarcimento dos valores descontados seja iniciado nos próximos meses.

Quem a população considera responsável pelas fraudes no INSS?
A pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas buscou identificar a percepção dos brasileiros sobre os responsáveis pelo esquema de fraudes. O presidente Lula foi apontado por 30,6% dos entrevistados como o principal responsável, enquanto funcionários do INSS aparecem em 25% das respostas. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi citado por 12% dos participantes, e sindicatos ou associações por 7,1%. Outros órgãos, como o Congresso Nacional, também foram mencionados, ainda que em menor proporção.
- Lula: 30,6%
- Funcionários do INSS: 25%
- Jair Bolsonaro: 12%
- Sindicatos/Associações: 7,1%
- Congresso Nacional: 0,9%
- Todos: 3,3%
- Outros: 1,2%
- Não souberam responder: 19,9%
O levantamento também revelou que o conhecimento sobre o escândalo é elevado entre os brasileiros, com 90,5% dos entrevistados afirmando estar cientes das fraudes. O índice é ainda maior entre pessoas com 60 anos ou mais, público diretamente afetado pelos descontos indevidos.
Quais são os próximos passos para as vítimas das fraudes do INSS?
Após a confirmação das contestações, o INSS estima que o valor total a ser ressarcido pode chegar a R$ 2,1 bilhões, corrigidos pela inflação. O processo de devolução dos valores depende da homologação do acordo pelo STF e da edição de uma Medida Provisória para liberar o crédito extraordinário necessário. A previsão oficial é que os depósitos comecem a ser realizados a partir de 24 de julho de 2025.
- Homologação do acordo pelo STF
- Publicação de Medida Provisória para liberação dos recursos
- Início dos depósitos aos beneficiários prejudicados
Enquanto o ressarcimento não é efetivado, muitos aposentados seguem aguardando uma solução definitiva. O caso trouxe à tona discussões sobre a necessidade de maior fiscalização e transparência nos processos do INSS, além de reforçar a importância de mecanismos de proteção aos beneficiários do sistema previdenciário brasileiro.