O Congresso Nacional deu início, em junho de 2025, à formação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O requerimento para a criação da comissão foi lido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, marcando o primeiro passo formal para a instalação do colegiado. O objetivo central é apurar irregularidades relacionadas a descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, um tema que mobilizou parlamentares de diferentes partidos.
A CPMI do INSS surge em meio a denúncias de descontos ilegais realizados por entidades de classe, como sindicatos e associações, diretamente na folha de pagamento de beneficiários. A estimativa inicial aponta para um prejuízo superior a R$ 6 bilhões, conforme dados das investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. O caso ganhou destaque após a deflagração da Operação Sem Desconto, em abril de 2024, e motivou uma resposta rápida do Legislativo.
Como funciona a CPMI do INSS?
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito é composta por membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, permitindo uma atuação conjunta das duas casas legislativas. Para a CPMI do INSS, foram definidos 15 deputados e 15 senadores titulares, além de suplentes em igual número. O prazo de funcionamento estabelecido é de 180 dias, podendo ser prorrogado conforme a necessidade das investigações.
O processo de instalação da CPMI envolve a indicação dos parlamentares que irão compor o colegiado, tarefa que cabe aos líderes partidários. O governo federal, atento à relevância do tema, busca ocupar cargos estratégicos na comissão, como a presidência e a relatoria. Entre os nomes cotados para presidir a CPMI está o senador Omar Aziz, enquanto a relatoria deve ficar sob responsabilidade de um deputado federal.

Quais são os principais focos da investigação?
O principal objetivo da CPMI é apurar a origem e a extensão das fraudes envolvendo descontos não autorizados em benefícios do INSS. As investigações iniciais indicam que o esquema teria começado ainda durante o governo anterior, mas atingiu valores expressivos em 2023, já na atual gestão. As entidades de classe são apontadas como protagonistas das irregularidades, realizando descontos sem o consentimento dos beneficiários.
- Descontos ilegais: Identificação de cobranças não autorizadas em aposentadorias e pensões.
- Responsabilidade das entidades: Apuração do envolvimento de sindicatos e associações.
- Impacto financeiro: Avaliação do prejuízo causado aos cofres públicos e aos beneficiários.
- Possíveis falhas de fiscalização: Análise dos mecanismos de controle do INSS e dos órgãos de fiscalização.
Além disso, a CPMI pretende investigar possíveis omissões de gestores públicos e eventuais falhas nos sistemas de controle interno do INSS. O colegiado também poderá propor medidas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro, fortalecendo a proteção dos direitos dos aposentados e pensionistas.
Por que a criação da CPMI do INSS é relevante em 2025?
A instalação da CPMI do INSS reflete a preocupação do Congresso Nacional com a transparência e a integridade dos programas sociais. O volume de recursos envolvidos e o impacto direto sobre milhões de brasileiros tornam a investigação uma prioridade na agenda legislativa. O caso também evidenciou a necessidade de aprimorar os mecanismos de fiscalização e de garantir maior segurança aos beneficiários do sistema previdenciário.
- O tema mobiliza diferentes setores da sociedade, incluindo entidades de defesa dos idosos e órgãos de controle.
- A atuação da CPMI pode resultar em mudanças legislativas para coibir práticas abusivas.
- O acompanhamento das investigações é fundamental para restabelecer a confiança dos cidadãos no INSS.
Com a CPMI em funcionamento, espera-se que novas informações venham à tona, contribuindo para a responsabilização dos envolvidos e para o aprimoramento das políticas públicas voltadas à previdência social. O desfecho das investigações será acompanhado de perto por órgãos de fiscalização, parlamentares e pela sociedade em geral, atentos à necessidade de proteger os direitos dos beneficiários do INSS.