O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,20% em abril, na comparação com março, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (16). O resultado veio acima do consenso de mercado, que projetava alta de 0,10%, mas representa uma desaceleração expressiva frente ao crescimento revisado de 0,80% no mês anterior.
Na comparação com abril de 2024, o IBC-Br subiu 3,12%, enquanto, no acumulado em 12 meses, a expansão chega a 2,38%.
Serviços sustentam economia; agro e indústria recuam
De acordo com Leonardo Costa, economista do ASA, o resultado de abril confirma a expectativa de que a economia brasileira começa a perder fôlego. “O IBC-Br de abril desacelerou para +0,2% na comparação mensal, menor ritmo desde dezembro de 2024”, afirmou.
Segundo Costa, o desempenho reflete especialmente a queda na agropecuária, que vinha de um primeiro trimestre recorde, e na indústria, que também mostrou retração. Por outro lado, o setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB, acelerou 0,4% na margem, ajudando a sustentar o crescimento no mês.
IBC-BR no radar: desaceleração gradual do PIB à vista
Para o economista, o dado de abril é mais um sinal de que o crescimento da economia brasileira caminha para uma desaceleração gradual. “Os antecedentes de maio indicam o mesmo movimento de esfriamento da atividade doméstica”, ressaltou Costa.
Apesar do crescimento ainda positivo, o cenário é de moderação, influenciado por juros altos, incertezas fiscais e redução da confiança dos empresários e consumidores. A expectativa é de que o segundo semestre registre um ritmo de expansão mais lento, em linha com o que já vinha sendo projetado por analistas.
Leitura do IBC-Br é compatível com Focus e expectativa de PIB
O dado do IBC-Br é compatível com a recente revisão para cima nas projeções de PIB no Boletim Focus, que passou de 2,18% para 2,20% em 2025. O desempenho dos serviços e a resiliência do mercado de trabalho seguem como principais motores da atividade, mesmo diante de um cenário de aperto monetário persistente — a taxa Selic segue em 14,75% e não há expectativa de cortes neste ano.