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Israel, Irã e a escalada regional: instabilidade calculada, benefícios ocultos

Marcus Vinícius de Freitasby Marcus Vinícius de Freitas
13/06/2025

O recente ataque aéreo de Israel às instalações nucleares e militares do Irã marca um novo e perigoso capítulo na já longa história de rivalidade entre os dois países. De acordo com autoridades iranianas, o ataque representa uma “declaração de guerra”, tendo motivado um apelo formal ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que intervenha. Embora os danos nas instalações de Natanz e Fordo não tenham gerado, até o momento, qualquer contaminação radioativa detectável, a escalada é evidente e carrega implicações profundas à estabilidade do Oriente Médio.

Para compreender esta ação israelense, é necessário considerar a cronologia recente e o contexto mais amplo. Desde o final de 2023, Israel tem executado uma série de operações contra alvos iranianos e seus aliados na região — como Hezbollah no Líbano e Hamas em Gaza — numa estratégia sistemática de enfraquecimento do chamado “Eixo da Resistência”. O assassinato dos líderes iranianos busca ressaltar a possibilidade de Israel buscar a troca de regime, inclusive aniquilando o Ayatolah Kamenei, seguido pela destruição de bases militares e o ataque direto às estruturas nucleares de Teerã, numa ofensiva coordenada com objetivos estratégicos de longo prazo.

A hostilidade entre Israel e o Irã não é nova. Desde 1999, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem apontado Teerã como a principal ameaça existencial ao Estado israelense. A doutrina de Netanyahu sempre incorporou a ideia de que guerras preventivas seriam necessárias para neutralizar adversários regionais e preservar a supremacia militar israelense. Nesse contexto, o Irã representa o último bastião de resistência significativa após ações contra o Hezbollah, o regime sírio e forças houthis no Iêmen.

O momento escolhido para o ataque tampouco é fortuito. Israel aproveitou uma janela de oportunidade: o enfraquecimento político do Irã, o isolamento de seus aliados e a distração da comunidade internacional com as atrocidades cometidas em Gaza. Ao redirecionar o foco geopolítico para Teerã, Netanyahu busca também aliviar a crescente pressão diplomática que seu governo enfrenta por acusações de genocídio em território palestino — acusações feitas inclusive por países tradicionalmente aliados, como Reino Unido e França. Alem disso, Netanyahu aniquila a possibilidade de um acordo nuclear com o Irã. 

Além disso, a instabilidade gerada por esse ataque beneficiou, paradoxalmente, o ex-presidente Donald Trump. A insegurança regional provocou um aumento na demanda por Letras do Tesouro norte-americano, consideradas ativos seguros em tempos de crise. Isso contribuiu para elevar sua rentabilidade e restaurar parte da atratividade desses títulos, prejudicada anteriormente pelo tarifaço imposto por Trump. Dessa forma, a crise regional também opera como um ativo financeiro indireto para Trump, sobretudo em um contexto dificil de derrota comercial após o fatídico Dia da Libertacao.

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Historicamente, Israel tem deixado claro que parte de sua estratégia é demonstrar a vulnerabilidade da liderança iraniana. Diversos assassinatos seletivos de cientistas nucleares e altos dirigentes iranianos ocorreram com o objetivo de evidenciar a penetração e eficácia da inteligência israelense. A retórica recente de Netanyahu, inclusive, evoca as declarações do presidente norte-americano George W. Bush após o 11 de setembro, quando se justificou a invasão do Iraque com base em supostas armas de destruição em massa — que nunca foram encontradas. A analogia é pertinente: segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, o Irã não possui as armas nucleares cuja existência Netanyahu insiste em denunciar.

Não se pode ignorar, tampouco, o pano de fundo político nos Estados Unidos. A aproximação entre Netanyahu e Donald Trump é notória, e o apoio histórico de Washington às ações de Israel na região sempre foi um fator catalisador. Ainda que a Casa Branca tenha declarado não ter envolvimento direto na ação, os sinais de apoio são claros: reforço ao Domo de Ferro, alertas aos cidadãos americanos para deixarem a região, e a retórica ambígua que sugere aprovação tácita. Tal alinhamento revela que, mesmo sem ação militar direta, os EUA permanecem atores-chave na equação de segurança regional.

As consequências, contudo, podem ser de longo alcance. Embora o ataque tenha visado estruturas superficiais das instalações nucleares, pouco se sabe sobre o nível de profundidade dos danos ou o estágio real do programa atômico iraniano. O Irã, que já é o país mais monitorado pela Agência Internacional de Energia Atômica nas últimas décadas, poderá agora se sentir justificado em intensificar seus esforços, inclusive subterrâneos, para garantir dissuasão. O risco, portanto, é de que a ação israelense, em vez de prevenir uma ameaça, a torne mais iminente. E a retaliação do Irã é esperada. A ação de Netanyahu também deu ao Irã legitimidade para isso, com base no Direito Internacional. 

Além disso, a estabilidade regional sofre um novo abalo. O ataque compromete os esforços diplomáticos de reconstrução de confiança entre potências regionais, como os ensaios de aproximação entre Irã e Arábia Saudita mediados pela China. Israel, ao adotar uma postura de ataque unilateral, compromete as possibilidades de uma arquitetura de segurança inclusiva e sustentável no Oriente Médio. A escalada cria, ainda, um precedente perigoso para a resolução de disputas por meio do uso da força, em vez da negociação.

Em suma, o ataque às instalações nucleares iranianas representa mais do que uma operação militar: é uma declaração estratégica com ramificações regionais e globais. Ao enfraquecer o Irã, Israel busca reafirmar sua posição como potência dominante no Oriente Médio. Mas ao fazê-lo, corre o risco de desencadear uma nova onda de instabilidade — não apenas militar, mas também diplomática. Em vez de promover a paz, a ação tende a adiar a solução dos conflitos regionais e a tornar o cenário ainda mais imprevisível. Israel jamais conseguirá tornar-se uma liderança regional efetiva numa região que rechaça a sua presença. E este é, sem dúvida, o maior desafio que o país enfrenta. 

O futuro da segurança regional dependerá não apenas da resposta iraniana, mas também da habilidade das potências internacionais de conter a espiral de hostilidades. A história nos mostra que guerras preventivas raramente geram estabilidade duradoura. Cabe à diplomacia internacional agir com urgência, antes que a retórica da guerra se transforme em realidade incontrolável.

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