A tentativa do governo federal de aumentar a arrecadação por meio da elevação do IOF foi recebida com forte resistência por parte do mercado e da sociedade civil. Segundo Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, a medida foi um “tiro pela culatra”. “A ideia do governo era simples: aumentar receita. Mas o impacto foi o oposto do esperado”, afirma.
Para ela, o imposto foi usado de maneira equivocada, gerando insegurança jurídica e prejudicando diretamente a previdência privada e o acesso ao crédito por empresas. “Não era uma medida arrecadatória eficaz e acabou tendo um efeito colateral enorme”, pontua.
Governo deve recuar ainda mais
Diante da repercussão negativa, Helena acredita que o executivo deve recuar ainda mais na medida. “Além de impactar ativos e assustar o mercado, o IOF sobre o VGBL pode gerar judicialização. É um tema sensível, e o governo sabe disso”, avalia.
Segundo ela, o cenário fiscal já está apertado e não há espaço para grandes surpresas. “Se o governo tivesse um pacote robusto, já teria apresentado. Não deixaria a tensão crescer para depois anunciar algo relevante. Isso indica que não há muito de onde tirar.”
Economia melhora, mas percepção piora: impactos na popularidade do governo
A economista também destacou a desconexão entre os indicadores econômicos positivos e a percepção pública negativa. “A economia está mais forte, mas a popularidade do governo está caindo. Escândalos e o desgaste com medidas impopulares estão afetando a imagem”, analisa.
Essa combinação, segundo ela, pode limitar as ações do governo. “A tendência é que, a cada nova pesquisa negativa, o governo sinta pressão para aumentar gastos como forma de reação. Isso mantém o risco fiscal permanentemente no radar.”
















