A Universidade de Brasília (UnB) está à frente de uma iniciativa inovadora que promete transformar a gestão de energia elétrica em instituições de ensino superior. Através do desenvolvimento de uma ferramenta chamada Monitoramento de Energia em Plataforma Aberta (MEPA), a UnB busca identificar e implementar estratégias para reduzir os custos com eletricidade. Em fase de projeto piloto, a plataforma já demonstrou um potencial de economia significativo, estimado em mais de R$ 3 milhões anuais em 20 universidades.
O MEPA, desenvolvido pelo Lab Livre da UnB, utiliza inteligência artificial para analisar contas de luz e sugerir contratos mais vantajosos conforme as diretrizes da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Em algumas instituições, a economia alcançada pode chegar a 52,8% das despesas com eletricidade, segundo dados divulgados pela universidade. Essa economia não apenas alivia o orçamento das universidades, mas também representa um avanço estratégico na gestão de recursos.
Como Funciona o Monitoramento de Energia em Plataforma Aberta?
O MEPA opera através da análise detalhada das contas de energia elétrica das universidades. Utilizando algoritmos avançados, a plataforma avalia os padrões de consumo e identifica oportunidades para otimizar os contratos de fornecimento de energia. A ferramenta sugere ajustes simples que podem resultar em economias substanciais, liberando recursos que podem ser reinvestidos em outras áreas essenciais das instituições.
Além disso, o sistema gera relatórios mensais e alertas automáticos, permitindo um acompanhamento contínuo e sistemático do consumo de energia. Essa abordagem proativa é uma evolução em relação aos métodos pontuais e variados anteriormente utilizados, garantindo uma gestão mais eficiente e integrada.
Quais São os Benefícios do MEPA para as Universidades?

Os benefícios do MEPA vão além da economia financeira. A plataforma também contribui para a sustentabilidade ambiental, incentivando práticas de consumo consciente e redução de desperdícios. Com a possibilidade de liberar verbas significativas, as universidades podem direcionar esses recursos para melhorias em infraestrutura, pesquisa e ensino.
Um exemplo de sucesso é a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que adotou o sistema e passou a realizar análises mensais com base em dados consolidados. Essa mudança não apenas otimizou o consumo de energia, mas também melhorou a gestão orçamentária da instituição.
O Futuro da Gestão de Energia nas Instituições Públicas
A divulgação do MEPA ocorre em um momento crítico para as universidades brasileiras, que enfrentam restrições orçamentárias. Recentemente, o governo federal anunciou uma recomposição orçamentária para as universidades federais, liberando R$ 300 milhões que estavam represados. Essa medida alivia parcialmente as dificuldades financeiras, mas a busca por soluções sustentáveis e inovadoras, como o MEPA, continua essencial.
O potencial do MEPA não se limita às universidades. A ferramenta pode ser adaptada para outros setores da administração pública e empresas privadas, ampliando seu impacto positivo na economia de energia em todo o país. Com a crescente demanda por eficiência energética e sustentabilidade, iniciativas como essa são fundamentais para o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil.