O avanço da inteligência artificial tem impactado diversas indústrias, e a música não é exceção. Recentemente, as principais gravadoras, como Universal Music, Warner Music e Sony Music Entertainment, iniciaram negociações com startups de IA, como Udio e Suno, para licenciar suas obras. Este movimento busca estabelecer um modelo de compensação justa para artistas cujas músicas são utilizadas por essas tecnologias emergentes.
As plataformas Udio e Suno permitem que usuários criem músicas a partir de comandos textuais, como “uma balada country moderna sobre um amor não correspondido”. Para isso, os softwares são treinados com vastos conjuntos de dados, que incluem músicas protegidas por direitos autorais. Este uso gerou uma disputa judicial, com as gravadoras alegando violação de direitos autorais e buscando compensações financeiras significativas.
Quais são os Desafios Legais Enfrentados?
As gravadoras processaram a Udio e a Suno, acusando-as de violação de direitos autorais. A RIAA, que representa os selos, busca até US$ 150 mil por obra infringida, o que pode resultar em bilhões de dólares. As negociações entre as partes visam evitar uma longa batalha judicial, mas são complexas, pois as gravadoras desejam mais controle sobre suas obras, enquanto as startups buscam liberdade para inovar.
Além disso, a questão do “uso justo” é central nesse debate. As empresas de IA argumentam que o treinamento de modelos com conteúdo protegido se enquadra nessa categoria, enquanto os detentores dos direitos autorais exigem compensação. Este dilema não é exclusivo da música; outras indústrias de mídia também enfrentam desafios semelhantes.
Como a Indústria Musical Está se Adaptando?

A indústria musical já enfrentou desafios tecnológicos no passado, como o compartilhamento de arquivos e o streaming. Plataformas como o Spotify ajudaram a revitalizar o setor, mas a chegada da IA traz novos dilemas. As gravadoras buscam equilibrar a proteção de seus direitos autorais com a adoção de novas tecnologias que podem beneficiar artistas e compositores.
Segundo Mitch Glazier, CEO da RIAA, a comunidade musical está aberta à colaboração com desenvolvedores de IA para criar ferramentas que coloquem a criatividade humana no centro. No entanto, o sucesso dessa parceria depende da disposição dos desenvolvedores em trabalhar em conjunto com a indústria musical.
O Futuro da Música com IA: O Que Esperar?
O futuro da música com IA promete ser inovador, mas também desafiador. As negociações entre gravadoras e startups de IA podem definir um novo padrão para o uso de conteúdo protegido por direitos autorais. A colaboração entre a indústria musical e as empresas de tecnologia será crucial para garantir que os artistas sejam devidamente compensados e que a criatividade continue a florescer.
Com o avanço da tecnologia, é provável que novas formas de criação musical surjam, ampliando as possibilidades para músicos e ouvintes. No entanto, é essencial que todos os envolvidos trabalhem juntos para encontrar soluções que beneficiem tanto os criadores quanto os consumidores de música.