O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) tem surpreendido o mercado ao apresentar valorização significativa, mesmo em um cenário marcado por inflação persistente e dúvidas sobre a trajetória da taxa básica de juros. Essa performance indica que, apesar das adversidades macroeconômicas, o setor imobiliário listado mostra resiliência e atratividade para investidores em busca de diversificação e renda recorrente.
Uma das razões para o desempenho positivo do IFIX está na negociação das cotas com descontos relevantes em relação ao valor patrimonial. Isso cria um ambiente propício para aquisição de ativos com potencial de valorização, especialmente em segmentos com melhora operacional. “Muitos fundos ainda são negociados abaixo do valor patrimonial, o que tem gerado oportunidades para investidores que buscam ativos com potencial de recuperação”, destaca Cláudio Algranti, CEO da Galoppo.
Além disso, setores como imóveis logísticos e lajes corporativas apresentam redução da vacância e aumento dos aluguéis, o que fortalece os fundamentos dos fundos imobiliários. A expectativa de queda gradual da Selic nos próximos trimestres adiciona um fator positivo para o mercado. “Os rendimentos mensais dos FIIs continuam atrativos e, com a possibilidade de redução na Selic, o setor tende a se beneficiar ainda mais”, complementa Algranti.
A recente valorização também reflete a percepção de um ambiente de juros mais favorável, recuperação dos preços após períodos de desvalorização e a participação crescente de investidores individuais, que ampliam a liquidez do segmento. Segmentos como o logístico, impulsionado pelo crescimento do e-commerce, as lajes corporativas em regiões estratégicas e os shoppings centers em fase de recuperação são os que lideram esse movimento. “O setor logístico mantém alta demanda impulsionada pelo e-commerce e pela reestruturação das cadeias de suprimento”, afirma o executivo, ao citar a força desses segmentos.
Para 2025, o cenário para os fundos imobiliários é otimista, mas permeado por fatores de risco, especialmente no âmbito político e fiscal. A possível queda da Selic pode valorizar os fundos de tijolo, enquanto a correção dos rendimentos pela inflação deve preservar sua atratividade. Por outro lado, a proximidade das eleições e eventuais mudanças na política econômica podem gerar volatilidade e impactar a confiança dos investidores. “O cenário político-eleitoral pode gerar incertezas e propostas de alterações no arcabouço fiscal podem trazer volatilidade, mas o cenário base para o setor segue construtivo”, ressalta Algranti.
No caso da Galoppo, o foco está nos ativos logísticos, segmento com fundamentos sólidos, baixa vacância e demanda aquecida. A gestora mantém um pipeline de novos empreendimentos já contratados, alinhado a uma visão de longo prazo. Sobre futuras captações, a estratégia é cautelosa, buscando oportunidades que respeitem as condições do mercado e o interesse dos cotistas. “Seguimos monitorando o mercado com atenção e, assim que houver janela adequada, devemos avançar com um follow-on”, explica o CEO.
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