O mercado aguarda atento os dados do PIB deste trimestre. E o agro segue como o principal pilar de sustentação do crescimento econômico brasileiro, com forte impacto sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. Segundo Alê Delara, sócio-diretor da Pine Agronegócios, os resultados já consolidados em produção e exportação colocam o setor rural em posição de destaque, independentemente do desempenho mais fraco de outras atividades.
“Não estamos falando de expectativa, mas de dados concretos. A soja já atingiu uma nova safra recorde e as exportações devem bater 105 milhões de toneladas. No milho, também devemos repetir volumes expressivos, impulsionados pela demanda por etanol. É um cenário de força estrutural para o agro”, afirma Delara.
Agro em foco: exportações batem recorde e sustentam a balança comercial
De acordo com o especialista, a soja, o milho e a proteína animal seguem como as grandes cadeias responsáveis pela tração do setor. Mas há destaques também no algodão, café e açúcar, com produções relevantes e bom desempenho nas exportações.
“A balança comercial continuará sendo favorecida por esse conjunto de fatores. Mesmo com a gripe aviária no radar, os números da carne bovina são muito positivos. Tudo isso coloca o Brasil em vantagem num ambiente global de incertezas”, analisa.
Enquanto o agronegócio mostra consistência, outros setores da economia ainda enfrentam desafios relacionados à inflação, juros altos e consumo mais contido. Para Delara, esse contraste reforça a importância do agro na composição do PIB brasileiro.
“Mesmo com desaceleração em áreas mais urbanas, o campo está entregando resultado. O agro ajuda a suavizar choques e garante uma base sólida para o crescimento. É por isso que vemos projeções do PIB subindo, mesmo com um cenário doméstico desafiador”, diz o sócio da Pine.
Agro como alicerce de médio e longo prazo
Na avaliação do especialista, o momento atual não deve ser tratado como conjuntural. “É uma tendência sustentada. Estamos falando de cadeias já estruturadas, com escoamento ativo e produção eficiente. A economia brasileira segue sendo puxada pelo que acontece fora dos centros urbanos”, conclui.