A última semana de maio será marcada por uma agenda intensa de indicadores econômicos e decisões de política monetária, em um contexto de volatilidade causada por tensões comerciais e movimentos técnicos nos mercados globais.
A segunda-feira, 26 de maio, começa com feriados nos principais centros financeiros, incluindo o Memorial Day nos Estados Unidos e o feriado bancário no Reino Unido, o que deve reduzir a liquidez internacional. No Brasil, o destaque é a divulgação do Boletim Focus e dos dados de Transações Correntes e Investimento Direto no País (IDP) de abril. Na Europa, investidores acompanham um discurso da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, enquanto na Ásia saem o lucro industrial acumulado da China e o índice de confiança do consumidor da Coreia do Sul.
A partir de terça-feira, 27, a agenda se intensifica. No Brasil, serão divulgados o IPCA-15 e o IPC da Fipe. Nos Estados Unidos, saem os pedidos de bens duráveis, a confiança do consumidor medida pelo Conference Board e o leilão de T-Note de 7 anos. Também haverá decisão de juros na Nova Zelândia, além de dados de inflação no Japão e na França e indicadores de confiança do consumidor na Zona do Euro.
Na quarta-feira, 28, o foco se volta para o mercado de trabalho brasileiro, com a divulgação da taxa de desemprego pelo IBGE e os dados do CAGED de abril. No cenário internacional, o destaque é a ata do FOMC nos Estados Unidos, além do índice de manufatura de Richmond, estoques de petróleo da API e leilão de T-Note de 5 anos. A Europa divulga o PIB da França e a taxa de desemprego da Alemanha. O Banco Central da Coreia do Sul decide sua taxa básica de juros e, após o fechamento do mercado, a Nvidia divulga seus resultados do primeiro trimestre.
Na quinta-feira, 29, os dados continuam relevantes. No Brasil, a FGV divulga o IGP-M e o IBGE apresenta a PNAD Contínua. Nos Estados Unidos, serão conhecidos o PIB do primeiro trimestre, os pedidos semanais de seguro-desemprego, as vendas pendentes de moradias e mais um leilão de T-Note de 7 anos. A agenda asiática e europeia traz vendas no varejo na Coreia do Sul e Espanha, e dados de desemprego e consumo no Japão.
A sexta-feira, 30 de maio, encerra o mês com destaque para o PIB do primeiro trimestre do Brasil e a Nota de Política Fiscal do Banco Central. A Ptax também será formada, determinando a taxa de liquidação dos contratos cambiais com vencimento na primeira semana de junho. Nos Estados Unidos, os destaques são o núcleo do índice de preços para gastos com consumo (PCE), medida preferida do Federal Reserve para monitorar a inflação, além dos dados de gastos e renda pessoal, o PMI de Chicago e a confiança do consumidor da Universidade de Michigan. Também estão previstas divulgações de PIBs e CPIs na Alemanha, Espanha, Itália, Portugal, Turquia, Índia e Canadá, além dos PMIs da China.
Segundo Francisco Alves, operador de mercado e comentarista da BM&C News, trata-se de uma semana densa e estratégica para os mercados. Ele destaca os impactos iniciais do feriado nos EUA e Reino Unido, com liquidez reduzida, e a sequência de decisões de juros de bancos centrais como Nova Zelândia, Coreia do Sul e África do Sul. Para Alves, os dados de crescimento do primeiro trimestre em economias centrais como EUA, Brasil e países europeus devem orientar o sentimento do investidor. Ele também chama atenção para a divulgação do balanço da Nvidia, que pode mexer com o setor de tecnologia global.
Alves ressalta ainda a importância dos dados do PCE americano no fim da semana, considerados pelo Fed como principal termômetro da inflação. No Brasil, além do PIB e da Nota Fiscal do BC, ele lembra a formação da Ptax, que define os contratos cambiais do início de junho. O comentarista também menciona a divulgação dos PMIs da China, prevista para a noite de sexta-feira, com potencial de impactar os mercados na virada para a próxima semana. Por fim, destaca a tensão em torno das tarifas recíprocas entre EUA e União Europeia, que já trouxeram volatilidade aos mercados na semana anterior, além de ajustes internos no Brasil envolvendo IOF e medidas fiscais do governo federal.
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