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Quando as grandes potências param de fabricar: o ciclo histórico da desindustrialização e a nova geografia da produção global

Fabio OngaroPor Fabio Ongaro
13/05/2025

Todo império começa com uma enxada ou uma forja. Termina importando o que um dia dominou. Ao longo dos séculos, grandes potências econômicas seguem um roteiro recorrente: ascendem fabricando, atingem o auge inovando e declinam ao delegar a outros aquilo que antes produziam com excelência. No século XXI, esse ciclo está mais uma vez em curso, agora envolvendo Estados Unidos, China e uma nova constelação de periferias industriais emergentes.

De Roma a Washington, o padrão se repete. No século I d.C., a capital romana já não produzia quase nada. O trigo vinha do Egito, o vinho da Gália, o azeite da Hispânia. Os cidadãos viviam do tributo e da burocracia imperial. O mesmo se viu na China imperial, na transição das dinastias Song para Ming, e no Reino Unido do pós-guerra, que migrou do carvão para o câmbio: hoje, 80% de seu PIB vêm de serviços, com a indústria reduzida a 9%.

Nos Estados Unidos, o declínio industrial foi igualmente notável. Em 1970, o setor manufatureiro representava 25% do PIB; hoje, não passa de 11%. A “fábrica americana” perdeu espaço para a globalização, a financeirização e a automação. Cidades como Detroit, outrora símbolos do poder produtivo, tornaram-se retratos da decadência.

Já a China vive seu próprio ponto de inflexão. Após quatro décadas como “oficina do mundo”, o país começa a exportar sua base fabril. A participação da indústria no PIB chinês caiu de 47% em 2010 para 39,4% em 2024. Salários dobraram, e mais de 30% das fábricas de menor valor migraram para Vietnã, Índia e Bangladesh. Pequim agora aposta em tecnologia, inteligência artificial e soberania digital.

A nova divisão do trabalho é marcada por cadeias globais de valor: produtos concebidos em um país, montados em outro, com componentes vindos de dezenas de lugares. A Apple projeta na Califórnia, monta na Ásia e integra peças de 43 países. A Boeing faz asas no Japão e trens de pouso na França. A Zara desenha na Espanha e costura no Marrocos e Vietnã.

Mas a eficiência tem um custo. A pandemia e a guerra na Ucrânia revelaram a vulnerabilidade desse modelo. Faltaram máscaras, chips, fertilizantes e até munição. Em abril de 2025, um apagão de grandes proporções atingiu Espanha e Portugal. As autoridades ainda investigam se houve ciberataque, mas já identificaram que parte crítica dos softwares utilizados nos sistemas elétricos vinha de hubs asiáticos terceirizados, sem supervisão direta das operadoras europeias.

Em resposta, os EUA iniciaram uma campanha de reindustrialização. Donald Trump retomou tarifas sobre importações chinesas e ampliou incentivos à produção doméstica. O CHIPS Act e o Inflation Reduction Act preveem mais de US$ 600 bilhões em investimentos. Desde 2021, o país criou 800 mil empregos industriais líquidos. O desafio, agora, é capacitar mão de obra e vencer a cultura do capital sem chão de fábrica.

Enquanto isso, novos polos industriais ganham força. O Vietnã, que em 2023 ultrapassou o Reino Unido como exportador para os EUA, atrai investimentos de Apple e Samsung. A Índia se posiciona como hub de semicondutores e mobilidade elétrica. O México lucra com o “nearshoring” americano, tornando-se o maior exportador industrial para os EUA. Indonésia, Filipinas e Brasil também voltam ao radar, este último com destaque em energia limpa e manufatura leve.

O mundo industrial de 2030 será moldado por duas forças em tensão: a regionalização das cadeias produtivas — com EUA e Europa buscando reduzir dependência externa em setores críticos — e a expansão da economia digital e dos serviços de alto valor. A OCDE projeta aumento da participação industrial no PIB do G7, enquanto a UNCTAD estima que os serviços digitais ultrapassarão 75% do comércio invisível global até 2035.

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A questão que resta às potências tradicionais e aos emergentes é: quem projeta, quem fabrica, quem controla? Produzir não é apenas uma questão de custo, é de soberania.

E a história mostra que impérios que terceirizaram demais e perderam o domínio sobre suas cadeias produtivas acabaram superados. A fábrica ainda importa. E quem parar de fabricar, talvez pare também de mandar.

*Coluna escrita por Fabio Ongaro, economista e empresário no Brasil, CEO da Energy Group e vice-presidente de finanças da Camara Italiana do Comércio de São Paulo – Italcam

As opiniões transmitidas pelo colunista são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a opinião da BM&C News.

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