A divulgação dos resultados da Vale nesta semana não deve trazer grandes surpresas ao mercado. Segundo o economista Alex André, em entrevista ao programa BM&C News, o desempenho da mineradora já está amplamente precificado, com base nas informações divulgadas anteriormente sobre produção e embarques.
“O resultado da Vale é visto como neutro. A dinâmica de preços pouco mudou e os embarques não tiveram alterações estruturais significativas”, afirmou.
Recuperação gradual no setor de mineração e siderurgia: os impactos na Vale
Apesar das expectativas contidas, há sinais de recuperação marginal no ciclo do minério e do aço. O economista destaca que, embora o cenário não indique uma virada rápida, o setor parece ter superado o pior momento após a forte queda nos preços dos últimos trimestres.
“O setor começa a se beneficiar após aquele vale profundo nos preços. A expectativa é de uma recuperação gradual nos embarques e nos preços, mas ainda sem força suficiente para justificar um ‘upgrade’ nos papéis”, explicou.
Empresas fazem ajustes operacionais, mas desafio é financeiro
Do ponto de vista operacional, Alex André afirma que as companhias do setor têm feito o “dever de casa”, ajustando estruturas e otimizando a produção. No entanto, o maior desafio segue sendo o impacto financeiro das perdas anteriores, especialmente em termos de alavancagem.
“A parte operacional está se ajustando, mas agora é necessário que isso se reflita nos resultados financeiros, com melhora na estrutura de capital das empresas”, observou.
O que esperar de Vale e do setor nos próximos trimestres
O mercado agora volta suas atenções para os próximos meses, avaliando se os sinais de retomada se consolidam em resultados mais robustos. A divulgação de outras empresas do setor, como Usiminas, também deve ajudar a compor a leitura sobre a velocidade e consistência dessa possível recuperação.
