
A semana começou com as notícias sobre o aumento de infecções pela variante Delta da Covid-19 afetando diretamente as principais bolsas de valores globais. O mercado reagiu com bolsas ao redor do mundo registrando quedas.
Assim, investidores pregaram cautela ao longo da semana com as notícias sobre a mutação do vírus. O clima receoso tomou conta dos negócios, atraindo a dúvida sobre uma retomada econômica global.
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Segundo Guilherme Zanin, estrategista da Avenue, a variante que se propaga de uma forma mais agressiva pode preocupar todo o mundo, no entanto, outros dois pontos são relevantes para o mercado.
“Primeiro ponto, o número de mortes não tem crescido de forma progressiva e a segunda questão é que o aumento no número de casos são pessoas que não foram vacinadas”, disse Guilherme.
Para o estrategista, a economia pode se recuperar de uma forma mais rápida se os países, que estão um pouco mais atrasados em relação à vacinação, acelerarem o ritmo da imunização.
Guilherme diz, ainda, que é natural o movimento de recuo para o mercado poder engatar mais uma alta. O estrategista finaliza dizendo que, por enquanto, não se preocupa tanto com a variante Delta.
Confira a entrevista na íntegra:
As bolsas internacionais desabaram, e o Brasil foi junto nesse processo, que inclui a realização de lucros dos últimos dias, com os agentes do mercado tentando antecipar o que está por vir.
Ibovespa
O Ibovespa, assim como os índices acionários internacionais, tem registrado uma alternância entre dias de alta e de baixa devido a, entre outros fatores, diferentes interpretações sobre o mesmo fato: a disseminação da variante delta do coronavírus em diversos países da Ásia e da Europa.
O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (24) em queda, após a divulgação dos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial. Apesar das últimas altas para recuperar as perdas de segunda, o resultado de hoje deixou o índice da B3 com a semana em queda.
O índice fechou em forte queda de 0,87%, cotado a 125.052,78 pontos. O volume foi abaixo da média, com R$ 20,4 bilhões. Enquanto isso, o dólar fechou de forma estável, com leve queda de 0,05%, cotado a R$ 5,215.
Bolsas da Ásia
As bolsas da Ásia fecharam o último pregão da semana em queda generalizada, com predominância da incerteza em relação à variante delta e preocupação com possíveis regulações na China contra empresas de tecnologia.
Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 0,7%, a 3.550,40 pontos, e o menos abrangente da Ásia, o Shenzhen Composto, caiu 1,4%, a 2.468,14 pontos. Ações de farmacêuticas lideraram as perdas.
No Japão, um feriado manteve os mercados fechados pelo segundo dia consecutivo e, portanto, o índice Nikkei não abriu.
Bolsas de Nova York
Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Dow Jones encerrou o dia pela primeira vez acima dos 35 mil pontos, aos 35.061,55 pontos, em valorização de 0,68%. O S&P 500 subiu 1,01%, a 4.411,79 pontos e o índice eletrônico Nasdaq registrou ganhos de 1,04%, a 14.836,99 pontos.
Europa
Na Bolsa de Londres, a petroleira BP encerrou o pregão com alta de 3,32% e a Royal Dutch Shell, de 2,01%. O índice FTSE 100, por sua vez, fechou com avanço de 1,70%, a 6.998,28 pontos.
O setor de turismo também contribuiu para o resultado positivo do Reino Unido, com avanço da companhia aérea EasyJet (+4,32%) e do grupo International Consolidated Airlines Group, que opera a British Airlines (+5,58%).
Na análise da Capital Economics, a recuperação vista no setor do turismo pode sofrer recuo, caso as restrições de viagens internacionais sejam restabelecidas por conta da variante delta da covid-19.
O impacto, porém, deve se limitar a esse setor. “A alta taxa de vacinação na zona do euro significa que dificilmente os governos irão reintroduzir restrições significativas, mesmo que o número de casos suba. Então ainda que a variante delta tire um pouco do brilho da recuperação, não deve atrapalhá-la”, preveem os analistas.
Em Paris, o CAC 40 subiu 1,85%, a 6.464,48 pontos. Já em Frankfurt, o DAX avançou 1,36%, a 15.422,50 pontos.
O continente europeu também manteve a atenção na divulgação de resultados de companhias da região. A varejista de roupas Next avançou mais de 7% no pregão britânico, depois de informar que aumentou seu guidance de lucro e declarar um dividendo especial, como reportado pela Dow Jones Newswires.
A Antofagasta, por sua vez, informou que sua produção de cobre caiu 2,5% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o período anterior, mas ainda assim sua ação subiu 1,68%.
Em Madri, o IBEX 35 avançou 2,50%, a 8.567,00 pontos. A espanhola Iberdrola informou, mais cedo, que seu lucro líquido do primeiro semestre de 2021 foi 18,62% menor do que o ganho registrado em igual período do ano passado. Por outro lado, a receita da companhia elétrica subiu 13,84% na mesma comparação.
Nesse quadro, o papel da Iberdrola subiu 0,10%.O índice FTSE MIB, em Milão, avançou 2,36%, a 24.675,61 pontos, enquanto o PSI 20, em Lisboa, teve alta de 1,78%, a 4.987,12 pontos.