A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic será anunciada na noite desta quarta, 19, e a expectativa do mercado financeiro é de uma elevação de 1 ponto percentual (p.p.), o que levaria a taxa básica de juros para 14,25% ao ano.
As projeções das principais instituições financeiras reforçam o consenso de que o Banco Central seguirá com o aperto monetário, mas há divergências sobre os próximos passos. Os agentes de mercado apostam unanimemente no aumento de 1 p.p. nesta reunião. “O Copom deve elevar a taxa em 1 p.p., mas há incerteza sobre o que vem a seguir. Alguns agentes esperam uma continuidade nesse ritmo, enquanto outros apostam em um ajuste menor de 0,75 p.p. ou 0,50 p.p. na reunião de maio”, observa Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Visões das instituições financeiras
- Capital Economics: O cenário base é de que o Banco Central encerre o ciclo de alta já nesta decisão, com a Selic chegando a 14,25%.
- Itaú: O Copom deve sinalizar ao menos mais uma alta, ainda que em menor magnitude.
- Warren: A expectativa é de que o Banco Central reduza o ritmo de ajuste da Selic na próxima reunião, em maio.
- XP Investimentos: O comunicado deve reforçar a necessidade de ajustes adicionais na Selic para além de março.
- BTG Pactual: Pesquisa realizada com participantes do mercado aponta que 90% dos entrevistados acreditam em um aumento de 1 p.p. nesta reunião.
O que esperar do comunicado do Copom?
O mercado também está atento ao tom do comunicado que será divulgado logo após a decisão. Segundo Cruz, “há uma dispersão grande de expectativas, e o texto pode ajudar a alinhar as apostas para os próximos meses. A reação do mercado na quinta e sexta-feira deve ser intensa, dependendo do grau de clareza do Copom sobre o futuro da política monetária”.
Além da decisão no Brasil, o mercado monitora a postura do Federal Reserve (Fed), que não deve alterar sua política monetária nesta semana. “O Fed deve reforçar que a inflação nos Estados Unidos está caminhando na direção certa, mas pode manter a porta aberta para cortes de juros ainda no primeiro semestre. No entanto, há ceticismo no mercado sobre essa possibilidade, pois as políticas do governo Trump podem ser inflacionárias”, explica Cruz.
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