O mercado de ações segue enfrentando desafios em 2025, com incertezas políticas e econômicas moldando o comportamento dos investidores. Em entrevista ao BM&C NEWS, Enrico Cozzolino, head de análise da Levante, destacou que a antecipação do cenário eleitoral e fatores externos, como tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, têm gerado oscilações significativas na Bolsa brasileira, e quais setores deixar no radar para se proteger da volatilidade.
Setores de destaque e a importância da gestão de risco
Diante desse cenário, Cozzolino alerta que a escolha de setores para investir não pode ser baseada apenas no critério de ativos baratos. “A Bolsa brasileira não tem uma tendência clara há anos, o que torna arriscado simplesmente apostar na valorização de um setor específico“, afirmou o especialista.
A volatilidade é um fator que precisa ser considerado na gestão de portfólios. O analista ressalta que, ao invés de se prender a uma visão de longo prazo para um único setor, o ideal é acompanhar de perto os movimentos do mercado e identificar oportunidades em setores que se beneficiam de momentos específicos. “Ora bancos, ora petróleo, ora varejo. A volatilidade gera oportunidades, e não podemos deixar essas movimentações escaparem“, pontuou.
Impactos das tarifas e do cenário global
Um dos pontos de maior atenção, segundo Cozzolino, é o impacto das políticas comerciais dos Estados Unidos. A possível implementação de tarifas pelo governo Trump pode beneficiar setores como frigoríficos, mas prejudicar outras áreas dependendo da condução das relações exteriores do Brasil.
Para Cozzolino, esse cenário reforça a necessidade de uma abordagem estratégica no mercado de ações. “Não podemos esquecer o peso das decisões diplomáticas e das mudanças de regras internacionais. A diversificação da carteira e a atenção à volatilidade são essenciais para navegar nesse ambiente incerto“, ressaltou.
O que esperar do mercado em 2025?
Com as eleições de 2026 no horizonte, o mercado já começa a precificar os impactos políticos no cenário econômico. Cozzolino observa que, apesar da Bolsa brasileira historicamente ser vista como um investimento de longo prazo, a abordagem para 2025 deve ser mais dinâmica, acompanhando as flutuações do mercado para capturar oportunidades de curto prazo.
“O sucesso do investimento no Brasil não está apenas em escolher setores baratos, mas sim em saber aproveitar as oscilações do mercado. Essa flexibilidade será um diferencial para os investidores que quiserem se posicionar bem nos próximos meses“, concluiu.