
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quarta-feira (21) que irá realizar uma “pequena reforma ministerial”, que deve promover mudanças na Casa Civil e na Secretaria-Geral da Presidência, além de recriar o Ministério do Trabalho. A proposta está prevista para iniciar na segunda-feira (26) e acontece em um momento de fragilidade do governo.
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“Estamos trabalhando, inclusive, uma pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira, para ser mais preciso, e para a gente continuar aqui administrando o Brasil. Temos uma enorme responsabilidade, sabia que o trabalho não ia ser fácil, mas realmente é muito difícil. Não recomendo essa cadeira para os meus amigos”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan News Itapetininga.
Erich Decat, analista político, avalia que, possivelmente, o ministro da economia, Paulo Guedes, perca duas pastas (emprego e previdência social) e que não acredita que a relação de Guedes e de Bolsonaro possa se desgastar. “Eu não acredito nisso, porque o ministro Paulo Guedes já tem demonstrado ser bastante pragmático”, disse Decat, diretamente de Brasília, em entrevista exclusiva à BM&C News.
“O que eu sinalizo é que pode ter sim uma volatilidade forte até segunda-feira se confirmando que o ministro Paulo Guedes vai perder essas duas pastas. Mas já antecipando o cenário, apesar do ruído, eu não considero que isso vá ser determinante em uma relação e até a possibilidade de não permanência no governo”, avaliou o analista.
“Então, por mais que tenha ruído, acho que depois as coisas se encaixam e o ministro Paulo Guedes vai assimilar essa divisão do ministério, como já assimilou outras claras derrotas aqui em Brasília com relação a PEC emergencial, com relação ao valor do auxílio emergencial e entre outros episódios que a gente viu aqui.”, completou.
Entre as mudanças que deve acontecer é que a pasta do Ministério do Trabalho seja assumida pelo ministro Onyx Lorenzoni, atualmente no comando da Secretaria-Geral da Presidência.
Já na Casa Civil, deve haver troca no comando e quem assumirá é o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais líderes do Centrão. Além disso, o atual ministro, Luiz Eduardo Ramos, general da reserva, iria para a Secretaria-Geral da Presidência.
A ida de Nogueira para a Casa Civil seria uma tentativa de melhorar a relação entre o Palácio do Planalto e o Senado. Principalmente, em razão dos desgastes do governo causados pela CPI da Covid, formada em sua maioria por senadores de oposição.
Por fim, Decat ponderou que o anúncio pode movimentar o mercado e que o investidor deve ficar de olho nesse cenário.
Confira a entrevista na íntegra: