
Membros da OTAN, União Europeia, Austrália, Nova Zelândia e Japão estão unidos no enfrentamento da ameaça global representada por ataques cibernéticos patrocinados por um Estado chinês.
Ainda nesta segunda-feirta (19), os representantes do grupo irão entregar oficialmente a notificação de culpabilidade para o Ministério da Segurança do Estado da China por um ataque cibernético massivo aos servidores de e-mail Microsoft Exchange no início deste ano.
O ataque foi realizado por hackers criminosos que trabalham para o MSS e também praticam extorsão, criptojacking e ransomware cibernéticos, segundo informações oficiais.
O grupo vai compartilhar inteligência sobre ameaças cibernéticas e colaborar nas defesas e segurança da rede, segundo fontes da Casa Branca.
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Também nesta segunda-feira, o FBI, a Agência de Segurança Nacional e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura divulgaram um novo comunicado listando 50 táticas, técnicas e procedimentos que os hackers patrocinados pelo Estado chinês empregam.
O ataque ao servidor Microsoft Exchange tornou-se público em março e acredita-se que tenha atingido pelo menos 18 mil companhias e nove agências Federais dos Estados Unidos, além de, pelo menos, 60.000 vítimas no mundo todo, incluindo bancos, departamentos de polícia, hospitais e organizações sem fins lucrativos.
A Microsoft rapidamente identificou o grupo por trás do hack como uma rede de espionagem chinesa relativamente desconhecida, apelidada de Hafnium.
A demora em nomear a China foi em parte para dar aos investigadores tempo para reunir as evidências para provar que os hackers do Hafnium estavam na folha de pagamento do Estado chinês, disse o oficial. Também foi importante para os Estados Unidos agirem em conjunto com seus aliados ao fazer a atribuição pública, disse o funcionário.
Em um momento em que a guerra cibernética está se tornando a linha de frente em uma luta de poder global entre democracias e estados autocráticos, a nova aliança de segurança cibernética pode se tornar um modelo para esforços futuros para enfrentar ameaças transnacionais.
Os anúncios conjuntos de segunda-feira baseiam-se nos esforços do presidente Joe Biden em obter apoio entre os aliados da OTAN e da UE para uma abordagem mais firme com a China.
Eles também ocorrem em meio a um número crescente de sanções econômicas e diplomáticas que o governo Biden impôs a Pequim neste ano, em resposta a supostos abusos aos direitos humanos em Hong Kong e na província de Xinjiang.
Na última sexta-feira (16), os Estados Unidos sancionaram sete autoridades chinesas em resposta à repressão de Beijng às instituições democráticas de Hong Kong. Os EUA também emitiram um comunicado de negócios, alertando as empresas norte-americanas sobre possíveis violações de dados e privacidade pelo governo chinês se continuarem a fazer negócios em Hong Kong.
Intromissão
Em resposta, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês acusou os Estados Unidos de “intromissão” em seus assuntos internos. Por enquanto, o esforço multinacional de segurança cibernética está focado em segurança cooperativa e alertas de ameaças, e não em retaliação.
A Casa Branca levantou os ataques da Microsoft com membros seniores do governo chinês, “deixando claro que as ações da República Popular da China ameaçam a segurança, a confiança e a estabilidade no ciberespaço”, disse o alto funcionário.