Em períodos de turbulência no mercado interno, como foi o caso de 2021, as empresas listadas na B3 (e consideradas “Small Caps”) são vistas como as mais prejudicadas quando comparamos com outras companhias. Vale lembrar que elas fazem parte da categoria empresas que apresentam baixa capitalização de mercado – portanto, estão mais suscetíveis às volatilidades da bolsa de valores.
Antes de listarmos as melhores e piores performances de Small Caps de 2021, é necessário dar um contexto sobre o que a economia brasileiro viveu este ano que se encerra hoje. No cenário macroeconômico vimos uma piora nos últimos meses. Importante trazer informações do Boletim Focus, do Banco Central, sobre a inflação. No último registro, feito no na segunda-feira (27), os especialistas ouvidos pela autoridade monetária brasileira consideram, em média, que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) deve fechar o ano variando 10,02% – ante expectativa de alta de 10,04% no último levantamento. Já o PIB deve avançar 4,51%,
Neste aspecto, a situação fiscal do país segue no retrovisor dos agentes financeiros. Mesmo com episódios positivos de recuperação, episódios como alterar o teto de gastos para abrir espaço no orçamento do próximo ano também incomodou o mercado. Mas mesmo com todo esse estresse, tratando-se de Small Caps, 13 ações do índice SMLL tiveram rentabilidade positiva dentro do cenário desafiador de 2021. Um balanço e tanto para empresas que são mais sensíveis quanto ao momento de volatilidade.
De acordo com Marco Saravalle, estrategista-chefe da SaraInvest, o ano foi mais difícil do que se imaginava no início, mas estava dentro dos planos. “Em 2021 foi pior que esperávamos no começo do ano, mas dentro do esperado para esta categoria”, afirmou.
No entanto, para 2022 há uma possibilidade de melhora substancial para as Small Caps, se o cenário for otimista para o mercado brasileiro como um todo. “Se 2022 for um ano positivo pra bolsa de valores, as Small Caps devem subir mais forte do que as grandes empresas”, ponderou Saravalle.
Confira as melhores e piores performances de Small Caps de 2021:
Ações | Rentabilidade |
FESA4 | 158,07% |
UNIP6 | 123,38% |
POSI3 | 95,75% |
MRFG3 | 78,22% |
INTB3 | 73,62% |
TECN3 | 68,46% |
PTBL3 | 65,34% |
AMBP3 | 54,93% |
LEVE3 | 53,97% |
TASA4 | 53,23% |
SLCE3 | 52,78% |
DEXP3 | 51,69% |
LOGN3 | 41,59% |
RANI3 | 33,43% |
CEAB3 | -53,84% |
ESPA3 | -55,04% |
GFSA3 | -55,63% |
MOSI3 | -55,76% |
PLPL3 | -56,96% |
LPSB3 | -58,63% |
PCAR3 | -61,99% |
NRGD3 | -63,57% |
TCSA3 | -64,16% |
HBOR3 | -64,64% |
WEST3 | -74,00% |
OPCT3 | -74,35% |
ENJU3 | -76,08% |
IGTI11 | -91,08% |
Small Caps nas eleições
Como já não é mais novidade, as eleições de 2022 deverão mexer muito com o mercado brasileiro. Isso porque a disputa presidencial deve ser polarizada (e mesmo com uma terceira via em mente, o caminho até o Planalto será desafiadora) – contribuindo, assim, para a volatilidade e que deve impactar o setor das empresas em desenvolvimento.
De acordo com análise da SaraInvest, “o índice SMLL já passou por 3 anos de eleição nacional, sendo o ano de 2022 o quarto ano eleitoral. Nos períodos que já passou, registrou-se resultados mistos, sendo 2 anos positivos e 1 ano negativo.”, avaliaram.
Segundo o levantamento, a rentabilidade do índice variou respectivamente: +22,78% em 2010, -16,96% em 2014 e, por fim, +8,13% na última corrida presidencial.

Para Saravalle, se tivermos a bolsa em alta, mesmo com volatilidade, “as Small Caps devem ir muito bem, porque estão muito baratas e as empresas estão com bons fundamentos em sua maioria”, analisa.
E completou: “Mas devemos três momentos, bom começo do ano, momento de cautela no meio do ano é uma decisão no final do ano”.
O índice SMLL atualmente é composto por 127 empresas de vários setores diferentes, cujo por serem empresas de menor valor de mercado, usualmente possuem maior beta, dessa forma podem ser consideradas ações com maior potencial de retorno, mas também trazendo mais riscos.
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