O governo federal confirmou mudanças importantes na estrutura do Conselho de Administração da Petrobras. O presidente do Conselho de Administração, Pietro Mendes, deixará o cargo no colegiado para ocupar uma diretoria na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o conselheiro Bruno Moretti foi indicado para assumir a liderança do Conselho. As informações são da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Moretti, que também é secretário de Análise Governamental do ministro Rui Costa, será o novo presidente do colegiado da petroleira. Sua experiência na área governamental o coloca em posição estratégica para alinhar a gestão da Petrobras às diretrizes do governo.
Nova vaga no Conselho
Para ocupar a vaga deixada no colegiado, o governo indicou o advogado Benjamin Alves Rabello, marido de uma prima distante do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Rabello possui trajetória consolidada no meio jurídico e sua nomeação reforça o peso político nas escolhas para a direção da estatal.
Essas alterações refletem a estratégia do governo de imprimir maior controle e alinhamento político na Petrobras, considerada peça-chave na política energética e econômica do Brasil. A nomeação de Bruno Moretti destaca a influência de Rui Costa na gestão da estatal, enquanto a escolha de Benjamin Rabello reforça o peso das conexões políticas na composição do Conselho.
As indicações acontecem em um momento de transição na liderança da estatal, marcada por reestruturações estratégicas. Pietro Mendes, que liderava o colegiado, será direcionado para uma posição regulatória na ANP, enquanto os novos nomes preparam o terreno para uma gestão mais alinhada às prioridades do Planalto.
Opinião do especialista
Frederico Nobre, analista da Warren, analisou as mudanças sob duas perspectivas. Segundo ele, a ida de Pietro Mendes para a ANP é positiva, pois ele é um profissional técnico com vasta experiência no setor, capaz de construir um diálogo eficiente entre os setores público e privado. Contudo, Nobre observou que, enquanto presidente do Conselho da Petrobras, Mendes enfrentava um conflito de interesse por estar vinculado ao Ministério de Minas e Energia. “A saída dele do Conselho elimina esse conflito, embora sua bagagem técnica fosse valiosa para a Petrobras”, afirmou.
Em relação à indicação de Bruno Moretti, Nobre destacou que, embora ele tenha experiência no setor público, ele não possui a mesma bagagem técnica que Pietro Mendes no setor de energia. “O Moretti é um nome alinhado às diretrizes do governo, próximo da base, e naturalmente suas decisões refletirão essas prioridades. No entanto, do ponto de vista técnico, havia opções mais robustas para ocupar essa posição“, avaliou o analista.
Nobre também ressaltou que a presença de um quadro técnico como Pietro Mendes na diretoria da ANP pode contribuir para iniciativas regulatórias mais sólidas e integradas ao setor. Contudo, a nomeação de Moretti evidencia o reforço do alinhamento político na liderança da Petrobras.