O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma proteção social fundamental para os trabalhadores brasileiros que atuam sob o regime CLT. Instituído pela Lei nº 8.036/90, o FGTS é um direito trabalhista que busca resguardar o trabalhador em diversas circunstâncias, como demissão sem justa causa, aquisição da casa própria, aposentadoria e doenças graves.
Funciona por meio de depósitos mensais, efetuados pelo empregador em nome do empregado, correspondentes a 8% do salário pago. Esses valores são acumulados em uma conta vinculada ao trabalhador na Caixa Econômica Federal. Importante constatar que o valor depositado no FGTS não é descontado do salário do empregado, sendo uma responsabilidade exclusiva do empregador.
Quanto rende o FGTS atualmente?
O rendimento do FGTS é um aspecto frequentemente questionado por muitos. Ao contrário de aplicações financeiras tradicionais, o FGTS possui uma taxa de remuneração anual fixa, estabelecida em 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR). No entanto, a TR tem se mantido próxima de zero nos últimos anos, resultando em um retorno nominal relativamente baixo.
A decisão do Supremo Tribunal Federal em junho de 2024 foi um marco importante para os trabalhadores, garantindo que a rentabilidade do FGTS não fique abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim, os valores do FGTS passam a ser corrigidos ao menos pela inflação, assegurando algum ganho real ao trabalhador. Em 2023, por exemplo, a distribuição dos lucros do fundo elevou o rendimento do FGTS para 7,09%, superando a inflação do ano anterior.
FGTS versus Poupança: Qual rende mais?
Comparar a rentabilidade do FGTS com a da poupança pode auxiliar no entendimento sobre melhor gerenciamento do patrimônio. A poupança, assim como o FGTS, tem sido criticada por seus baixos rendimentos, especialmente em períodos em que a taxa Selic aumenta e o cálculo do seu rendimento torna-se fixo em 0,5% + TR ao mês quando a Selic está acima de 8,5% ao ano.

Mesmo com a recente adequação da rentabilidade do FGTS ao IPCA, ele continua sendo uma reserva de baixo rendimento, equiparando-se à poupança. Investidores que buscam retornos mais elevados devem considerar explorar outras modalidades de investimento como CDBs, títulos públicos e fundos de investimento.
Como realizar o saque do FGTS?
O FGTS permite diferentes modalidades de saque, adaptadas às circunstâncias dos trabalhadores. As situações mais comuns incluem demissão sem justa causa, aposentadoria, compra de imóvel, e em casos de doenças graves. Além disso, existe o Saque-Aniversário, que possibilita saques anuais de parte do saldo no mês de aniversário do trabalhador.
Os procedimentos para saque variam conforme a modalidade e podem ser realizados através da plataforma digital da Caixa Econômica Federal, aplicativos específicos ou visitas às agências bancárias. Conhecer as condições específicas e possíveis encargos associados é essencial para efetuar o saque de forma correta e aproveitável.
Quais são as melhores formas de investir o FGTS?
Investir o FGTS em alternativas mais lucrativas pode maximizar os retornos financeiros. Algumas opções de investimento, como CDBs, Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), oferecem rendimentos superiores e são asseguradas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
- CDB: Título emitido por bancos que pode oferecer taxas de rentabilidade acima da poupança, com diferentes tipos de indexação (pré ou pós-fixados).
- LCI e LCA: Títulos de crédito isentos de Imposto de Renda, vinculado a setores imobiliário ou agrícola.
- Tesouro Direto: Investimento em títulos públicos considerados seguros, com opções indexadas à Selic, ao IPCA ou prefixadas.
- Fundos de Investimento: Carteiras diversificadas geridas por especialistas, oferecendo maior segurança e potencial de retorno.
Cada uma destas modalidades de investimento tem características e perfis de risco diferentes, sendo importante analisar cada opção em função dos objetivos financeiros e do perfil de investidor de cada um.