O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar armas americanas de longo alcance em território russo, em um movimento que pode alterar significativamente a dinâmica do conflito.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu rapidamente à notícia, afirmando em um vídeo divulgado no Telegram que: “ataques não são feitos com palavras. Esses mísseis falarão por si mesmos”. A autorização permite à Ucrânia utilizar mísseis com um alcance de 320 km, capaz de atingir regiões no sul da Rússia, como Kursk, onde uma contra-ofensiva ucraniana está estagnada há três meses.
Riscos e estratégias segundo Igor Lucena
O economista e doutor em relações internacionais, Igor Lucena, apontou os riscos significativos desta decisão. “O maior risco é que a Rússia já ameaçou atacar países que autorizassem o uso de armas de longo alcance, declarando que esses países estariam, entrando no conflito e ameaçando até uma guerra nuclear. Embora não esteja claro se essa ameaça se concretizará, a situação permanece tensa”, explica Lucena.
Lucena também analisou o possível impacto no território russo. “Se esses mísseis atingirem Moscou e outras cidades, a Rússia, que não possui uma defesa completa contra esses ataques, enfrentará um duro golpe. No entanto, não acredito que isso levará a uma retaliação nuclear ou uma resposta mais radical. A tendência é que a Rússia aguarde a posse de Donald Trump para avaliar os próximos passos, já que Trump, segundo informações, já entrou em contato com Putin pedindo calma”, afirma o especialista.
De acordo com Lucena, a estratégia de Biden pode ter como base a percepção de que a Rússia, em meio às incertezas geopolíticas e com uma possível mudança na liderança americana, hesitará em escalar o conflito. “Biden está, de certa forma, criando uma oportunidade para que a Ucrânia execute um contra-ataque mais preciso, enquanto outros países europeus, como França, Alemanha e Reino Unido, podem seguir o mesmo caminho autorizando medidas semelhantes em breve”, conclui.
















