Em um movimento já previsto pelos mercados, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira (7) uma redução de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros, levando a faixa para um intervalo entre 4,50% e 4,75%. Essa decisão marca uma desaceleração do ciclo de cortes, iniciado em setembro com uma redução mais expressiva de 0,50 ponto percentual.
Segundo análise de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, no comunicado que acompanha a decisão, é possível destacar o ritmo menos agressivo do corte nas taxas e para a decisão unânime, diferindo da votação anterior com dissidências.
“O Fed ajustou seu posicionamento ao afirmar que “os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão equilibrados”, substituindo o tom de “maior confiança em relação ao emprego e inflação” que usou em setembro”, explicou o especialista.
“A decisão foi unânime e consistente. Ao confirmarem a continuidade do ritmo de redução nas participações em títulos, o Fed sinalizou que não pretende injetar mais liquidez na economia, o que pode ajudar a conter pressões inflacionárias. Agora, o foco volta-se para os próximos passos e as declarações de Jerome Powell, que poderão esclarecer o quanto o Fed está confortável com a trajetória econômica atual. Portanto, a decisão seguiu reafirmando que o arrefecimento do mercado de trabalho e a convergência da inflação para a meta“, Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus.
Motivação por trás da decisão do Fed no corte de juros
A reunião excepcionalmente realizada entre quarta e quinta-feira, devido às eleições presidenciais na última terça-feira, culminou em uma decisão unânime do Comitê de Mercado Aberto (Fomc). O consenso no colegiado é um contraste com a reunião anterior, em que a diretora Michelle W. Bowman apresentou o primeiro voto dissidente desde 2005, preferindo uma abordagem menos agressiva.
A decisão por um corte mais modesto reflete as expectativas crescentes de economistas e analistas, que observaram um cenário de contínua desinflação, enquanto a economia americana ainda demonstra solidez e o mercado de trabalho apresenta sinais de acomodação.
Em seu comunicado, o Fed destacou que os riscos relacionados ao alcance de suas metas de emprego e controle da inflação permanecem equilibrados. Essa sinalização reforça a percepção de que o banco central busca manter uma postura cautelosa, monitorando de perto os dados econômicos antes de tomar novos passos na política monetária.