O tabagismo é um conhecido problema de saúde pública, com riscos adicionais quando ocorre durante a gravidez. O uso do cigarro por gestantes não prejudica apenas a saúde da mulher, mas também afeta o desenvolvimento do bebê. Complicações associadas a esse hábito incluem malformações congênitas, maior probabilidade de abortamento, óbito intrauterino, parto prematuro e restrições de crescimento para o bebê.
Além dos impactos mencionados, há preocupações com o desenvolvimento neurológico das crianças expostas ao tabaco no útero. Pesquisas revelam que o tabagismo na gravidez pode afetar o desempenho acadêmico futuro desses indivíduos, influenciando negativamente em áreas como cognição e habilidades psicomotoras. Essas descobertas destacam a importância de políticas públicas e iniciativas de saúde que visem à redução do consumo de tabaco, principalmente entre gestantes.
Como o tabagismo afeta o desempenho cognitivo da criança?
Estudos recentes indicam que crianças cujas mães fumaram durante a gravidez apresentam desempenhos acadêmicos inferiores. Uma revisão sistemática de 19 estudos com 1,25 milhão de participantes mostrou associação entre tabagismo pré-natal e redução no desempenho acadêmico. Essa pesquisa sugere que os filhos de mães fumantes têm um risco 49% maior de obtenção de baixos resultados escolares em comparação aos não expostos ao cigarro.
Em particular, pesquisas conduzidas na Austrália e Islândia evidenciaram dificuldades específicas em ortografia, escrita, literatura e matemática. Esses resultados reforçam a necessidade de conscientização sobre o impacto do uso do tabaco durante a gestação, visando melhor desempenho escolar e qualidade de vida futura dos indivíduos atingidos.

Quais são os riscos de saúde relacionados ao tabagismo durante a gestação?
A fumaça do cigarro contém cerca de 7 mil compostos tóxicos, que afetam o organismo materno e o desenvolvimento fetal. A inalação dessas substâncias tóxicas pode levar à má circulação sanguínea, devido ao estreitamento dos vasos, e à diminuição do suprimento de oxigênio ao bebê, por conta do monóxido de carbono deslocando o oxigênio na hemoglobina.
O tabagismo está associado ao aumento de 10% nos casos de prematuridade e a 20% nos casos de bebês que nascem com baixo peso. Outro risco significativo inclui a possibilidade de gravidez ectópica, em que o embrião se implanta nas trompas, precisando, muitas vezes, de intervenção cirúrgica. Estas condições evidenciam o impacto severo do tabaco na saúde materna e fetal.
Vale ressaltar:
- Baixo peso ao nascer: Bebês de mães fumantes tendem a nascer com peso abaixo do normal, o que aumenta o risco de complicações de saúde.
- Nascimento prematuro: O cigarro pode desencadear o trabalho de parto antes do tempo, colocando em risco a vida do bebê.
- Síndrome da morte súbita do lactente (SMSL): Bebês de mães fumantes têm maior risco de morrer subitamente durante o sono.
- Problemas respiratórios: O cigarro pode causar problemas respiratórios crônicos no bebê, como bronquiolite e asma.
- Malformações congênitas: Algumas pesquisas sugerem uma associação entre o fumo na gravidez e o aumento do risco de malformações congênitas, como lábio leporino e fissura palatina.
- Problemas de aprendizado e comportamento: Estudos indicam que crianças expostas ao fumo durante a gestação podem apresentar dificuldades de aprendizado e problemas de comportamento.
- Complicações na gravidez: O cigarro aumenta o risco de complicações na gravidez, como placenta prévia, descolamento prematuro da placenta e hipertensão gestacional.
Como deixar de fumar durante a gravidez?
Se você está grávida e fuma, é fundamental procurar ajuda para parar de fumar o mais rápido possível. Existem diversas opções de tratamento disponíveis, como:
- Terapia de reposição de nicotina: Nicotina em forma de adesivos, pastilhas ou inaladores pode ajudar a controlar os sintomas da abstinência.
- Medicamentos: Alguns medicamentos podem ajudar a reduzir a vontade de fumar.
- Terapia comportamental: Um terapeuta pode te ajudar a desenvolver estratégias para lidar com a vontade de fumar e mudar seus hábitos.
- Grupos de apoio: Participar de grupos de apoio pode te ajudar a se sentir mais motivada e a compartilhar suas experiências com outras pessoas que estão passando pela mesma situação.
Lembre-se: Parar de fumar é a melhor coisa que você pode fazer pela saúde do seu bebê e pela sua própria saúde. Consulte um médico para obter orientação e apoio.
O caminho para reduzir o tabagismo entre gestantes
A redução do tabagismo entre gestantes é um desafio contínuo para a saúde pública. Embora as taxas gerais de tabagismo tenham diminuído, ainda há um número considerável de mulheres fumantes durante a gravidez. No Brasil, por exemplo, 9,6% das mulheres fumavam em 2023, com estimativas de 2% delas mantendo o hábito durante a gestação, refletindo os dados globais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
É essencial ampliar os esforços de educação e prevenção, não apenas para reduzir o uso do tabaco, mas também para oferecer apoio psicológico e social às gestantes que desejam parar de fumar. A informação sobre os riscos associados ao tabagismo pré-natal e as alternativas de cessação podem desempenhar papéis cruciais no combate a esse problema.
Para mais informações:
- A.C.Camargo Cancer Center: https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/cigarro-na-gravidez-possiveis-riscos-para-mae-e-bebe
- Secretaria de Saúde do Distrito Federal: https://www.saude.df.gov.br/web/guest/w/gravida-fumante-pode-desenvolver-e-causar-diversos-problemas-para-o-feto
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