Nesta terça-feira (22), a Receita Federal revelou que a arrecadação federal alcançou R$ 203,2 bilhões em setembro, estabelecendo um novo recorde para o mês desde o início da série histórica em 1995.
O crescimento surpreendeu o mercado ao apresentar uma alta real de 11,61% em relação a setembro de 2023, quando o valor arrecadado foi de R$ 174,3 bilhões. O desempenho de setembro também superou o resultado de agosto, que havia registrado R$ 201,6 bilhões.
De janeiro a setembro de 2024, a arrecadação acumulada chegou a R$ 1,9 trilhão, um valor sem precedentes para o período. Esse montante representa um aumento real de 9,7% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram arrecadados R$ 1,7 trilhão.
Apesar dos sinais de desaceleração da economia, Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, chamou a atenção para o desempenho positivo das receitas. Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), Rafaella comentou:
“Apesar dos sinais de desaceleração da economia, a arrecadação federal continua surpreendendo pra cima, e acumula alta de quase 10% acima da inflação até setembro. Se o governo tivesse a mesma diligência nos gastos, teríamos superávit fiscal esse ano, além de um melhor cenário para inflação e juros em queda.”
A fala da Vitoria destaca que o controle dos gastos públicos é essencial para transformar o bom momento da arrecadação em superávit fiscal, o que contribuiria para um cenário mais favorável para inflação e redução de juros.

O gráfico (acima) divulgado pela Receita Federal ilustra a trajetória de crescimento consistente na arrecadação ao longo dos meses de 2024, refletindo um aumento real acumulado em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo diante de um cenário econômico desafiador, o governo conseguiu sustentar o crescimento da receita, abrindo espaço para discussões sobre a gestão dos gastos e o impacto nas contas públicas.
Com a projeção de fechar o ano com resultados expressivos, economistas avaliam que o desafio agora é alinhar o crescimento da arrecadação a uma política fiscal mais rigorosa, visando um ambiente econômico mais estável e com juros em queda para os próximos anos.