O Brics surgiu em 2006 como uma aliança econômica entre grandes países emergentes, com foco em promover maior cooperação financeira e diplomática. O grupo representa 31,5% do PIB global, tornando-se uma força relevante nas discussões econômicas internacionais. A inclusão de novos membros em 2024 reforça sua influência global, com a meta de criar alternativas às estruturas tradicionais que ainda são dominadas por potências ocidentais.
Ampliação do bloco
O bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ampliado recentemente para incluir Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irã, dá início a mais uma cúpula estratégica nesta terça-feira (22). A reunião ocorre em Kazan, na Rússia, e se estende até 24 de outubro. O objetivo principal é debater a independência econômica e fortalecer as instituições alternativas às dominantes no cenário internacional, como o FMI e o Banco Mundial.
Durante o fórum de negócios realizado em Moscou, que precedeu o encontro oficial, o presidente russo Vladimir Putin destacou o papel do Brics como “um dos motores fundamentais do crescimento econômico global”. A ex-presidente Dilma Rousseff, atualmente à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também enfatizou que o bloco busca transformar o cenário econômico global, promovendo autonomia financeira e alternativas ao dólar.
Debates centrais: alternativas ao dólar e o papel do Brasil
A busca por novas moedas de referência é um dos principais temas desta cúpula, com o objetivo de reduzir a dependência dos países-membros em relação ao dólar e fortalecer suas economias internas. Outro tópico relevante é a construção de instituições alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial. O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do BRICS é um exemplo desse esforço para garantir maior autonomia financeira aos países-membros e impulsionar projetos estratégicos de infraestrutura e desenvolvimento.
Pressão sobre o Brasil na cúpula do Brics
A posição do Brasil será determinante para o futuro das novas diretrizes do bloco. A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participará por videoconferência após sofrer uma queda, não reduz a expectativa dos líderes do BRICS sobre o posicionamento brasileiro.
Com a ampliação do Brics e o foco em maior cooperação financeira, o encontro de Kazan promete redefinir o papel do bloco no cenário econômico global. A participação ativa do Brasil e dos demais membros pode consolidar uma nova fase para o BRICS, aumentando sua relevância nas discussões internacionais e abrindo caminho para maior autonomia econômica dos países emergentes.