A chegada de ciclones extratropicais no Brasil tem chamado a atenção devido à sua capacidade de provocar chuvas intensas e ventos fortes. Normalmente gerados a partir de centros de baixa pressão, esses ciclones se formam em regiões extratropicais, o que os diferencia dos ciclones tropicais, mais conhecidos como furacões ou tufões. Recentemente, um ciclone extratropical originado na Argentina trouxe instabilidades significativas para o sul do Brasil.
Este tipo de fenômeno meteorológico, apesar de menos potente que os ciclones tropicais, ainda é responsável por causar transtornos consideráveis devido à combinação de ventanias e volumosas chuvas. Isso se deve, em grande parte, ao contraste de temperaturas entre o ar quente de uma área e as massas frias provenientes de regiões mais australes, como a Argentina e o Uruguai.
Como os Ciclones Extratropicais se Formam?
Os ciclones extratropicais são resultantes de processos atmosféricos onde a pressão do ar é substancialmente mais baixa que nas áreas circundantes. Eles são caracterizados pela formação em regiões fora dos trópicos e geralmente influenciados por contrastes térmicos acentuados. No Hemisfério Sul, esses ciclones se movem no sentido horário devido à influência da força de Coriolis, uma consequência do movimento de rotação terrestre.
Além da baixa pressão atmosférica, a presença de ventos variáveis em diferentes altitudes é crucial. Esses ventos criam condições ideais para a rotação e o desenvolvimento de ciclones. A combinação dessas variáveis faz com que os ciclones extratropicais desempenhem um papel significativo em mudanças meteorológicas rápidas e inesperadas, particularmente em áreas como o sul do Brasil.
Qual a Diferença Entre Ciclones, Furacões e Tufões?
Ciclones, furacões e tufões são todos sistemas de baixa pressão, porém, a nomenclatura e a intensidade variam conforme a localização geográfica. Ciclones é o termo genérico usado para definir qualquer sistema rotativo de baixa pressão. Quando esses fenômenos ocorrem no Atlântico e no nordeste do Pacífico, são chamados de furacões. Já no noroeste do Pacífico, recebem o nome de tufões.
A classificação baseia-se essencialmente na intensidade desses sistemas, medida pela escala Saffir-Simpson para furacões, que varia de 1 a 5. Apesar de não alcançar a virulência de furacões ou tufões, os ciclones extratropicais ainda têm a capacidade de impactar extensas regiões devido à sua extensão e vigor.

Como os Ciclones Impactam o Clima no Brasil?
O Brasil, com sua ampla extensão territorial e extensa costa atlântica, é particularmente suscetível aos efeitos de ciclones, especialmente em suas regiões costeiras. As águas quentes do Oceano Atlântico juntamente com ventos convergentes criam um ambiente propício para a formação desses sistemas climáticos.
- Regiões costeiras afetadas: Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
- Efeitos principais: Ventos fortes, chuvas torrenciais, inundações, erosão costeira e danos às infraestruturas.
Mesmo áreas mais interiores, como Paraná e Minas Gerais, podem ocasionalmente sentir os efeitos, com chuvas e quedas de temperatura significativas. Estes fenômenos ocorrem com maior frequência de novembro a abril, alinhados com a temporada de ciclones no Atlântico Sul.
Quais os Avisos e Prevenções a Serem Considerados?
Devido à potencial severidade dos ciclones extratropicais, é essencial que as comunidades estejam vigilantes quanto aos avisos de mau tempo. Através de precauções adequadas, como a observação de alertas meteorológicos e as condições do mar emitidas pela Marinha, as populações podem minimizar riscos e proteger vidas e propriedades.