O fungo Candida auris tem causado preocupação em ambientes hospitalares ao redor do mundo devido à sua alta resistência a medicamentos. Recentemente, quatro casos foram identificados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, conforme confirmado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. A ameaça do fungo se intensifica pelo fato de ele ser capaz de resistir a diversos tratamentos antifúngicos padrão.
Desde sua primeira identificação em humanos no Japão, em 2009, o superfungo Candida auris tem se espalhado por países como Índia, África do Sul e Estados Unidos. No Brasil, surtos têm sido registrados principalmente em ambientes hospitalares, exigindo cuidadosa atenção das autoridades de saúde. A pressão por novos tratamentos e medidas de controle é constante, especialmente em contextos onde o fungo pode ser facilmente transmitido.
O que torna o Candida auris um superfungo?
A razão pela qual o Candida auris é rotulado como superfungo está em sua resistência excepcional a múltiplos medicamentos usados convencionalmente para combater infecções fúngicas. Isso o diferencia do Candida albicans, que é mais facilmente tratável e comumente associado a infecções menos severas, como as candidíases de pele e genitais. Sua persistência e adaptabilidade em ambientes de cuidado intensivo tornam sua gestão clínica complexa.
Quais são os riscos associados à infecção por Candida auris?
Pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs), com sistema imunológico debilitado ou que passaram por procedimentos cirúrgicos recentes, representam o grupo de risco mais suscetível a infecções por Candida auris. Quando este fungo entra na corrente sanguínea, ele pode ser fatal, com taxas de mortalidade associadas chegando a 59%. Em alguns casos, a presença do fungo na pele ou mucosas pode ser assintomática e temporária, mas o risco aumenta em ambientes de internação prolongada.

As infecções por Candida auris podem se manifestar de diversas formas, incluindo:
- Infecções na corrente sanguínea: Uma das formas mais graves de infecção por Candida auris, podendo levar a sepse e choque séptico.
- Infecções nas feridas: O fungo pode infectar feridas cirúrgicas e outras lesões na pele.
- Infecções nas orelhas: O Candida auris pode causar infecções no ouvido externo e interno.
Como prevenir a disseminação do fungo em ambientes clínicos?
A prevenção de novos casos de infecção por Candida auris requer uma infraestrutura hospitalar robusta e eficaz em vigilância e controle. Medidas fundamentais incluem:
- Higienização das mãos: A lavagem frequente das mãos com água e sabão ou o uso de álcool em gel é fundamental para prevenir a disseminação do fungo.
- Desinfecção de equipamentos e superfícies: A limpeza e desinfecção rigorosa de equipamentos médicos e superfícies contaminadas é essencial para controlar a disseminação do Candida auris.
- Isolamento de pacientes infectados: Pacientes com infecção confirmada por Candida auris devem ser isolados em quartos individuais para evitar a transmissão para outros pacientes.
- Vigilância epidemiológica: A vigilância epidemiológica é fundamental para monitorar a disseminação do Candida auris e identificar novos casos.
Essas ações, combinadas com a educação contínua dos profissionais de saúde, são cruciais para limitar a disseminação do fungo em ambientes hospitalares e proteger pacientes vulneráveis.
Que desafios enfrentam os sistemas de saúde contra este fungo?
Analisar como os sistemas de saúde estão lidando com a ameaça do Candida auris é fundamental para o desenvolvimento de abordagens novas e eficazes. O foco reside em fortalecer medidas de controle de infecção, promover a pesquisa para novas terapias e garantir a capacidade do sistema para responder rapidamente a surtos. A colaboração internacional também é crucial, visto que este é um problema que ultrapassa fronteiras nacionais.
Enquanto os esforços para lidar com o superfungo continuam, a prioridade permanece em uma resposta coordenada que inclua tanto estratégias de prevenção quanto intervenções clínicas inovadoras.
Para mais informações:
- Albert Einstein: https://vidasaudavel.einstein.br/candida-auris-saiba-o-que-e-o-superfungo-que-causa-preocupacao-global/
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