Warren Buffett, conhecido como o “Oráculo de Omaha”, decidiu reduzir sua participação na Apple, mesmo após anos de lucro significativo com o ativo. Em entrevista à BM&C News, William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, detalhou as razões por trás dessa movimentação estratégica.
Segundo o estrategista, a venda foi motivada principalmente por questões fiscais e pela possibilidade de aumento dos impostos sobre ganho de capital nos próximos anos.
Buffett adquiriu as ações da Apple em 2016, quando as taxas de impostos eram mais favoráveis, devido às reduções promovidas pelo então presidente Donald Trump. Com a atual legislação tributária se encerrando no final de 2024, o cenário político pode alterar drasticamente essa realidade. “Se Trump vencer novamente, ele promete manter as reduções. Porém, caso Kamala Harris ou outro democrata assuma, é provável que os impostos aumentem, com foco na taxação dos mais ricos”, explicou Castro-Alves.
Apesar de reconhecer a importância de pagar impostos, Buffett preferiu garantir seus lucros antes de possíveis aumentos fiscais. “Ele comentou que prefere realizar o lucro agora, pagando menos imposto, em vez de deixar para 2025 ou 2026, quando as alíquotas podem ser mais altas”, destacou o estrategista.
Embora o preço das ações da Apple tenha subido após a venda, Castro-Alves ressaltou que a decisão de Buffett pode se mostrar acertada no longo prazo. A incerteza quanto às futuras mudanças tributárias nos Estados Unidos influenciou diretamente essa escolha. “Mesmo que ele tenha perdido um pouco em valorização, o foco foi evitar uma carga tributária maior no futuro”, concluiu Castro-Alves.
Com essa estratégia, Buffett reafirma sua visão de longo prazo, equilibrando lucro e responsabilidade social, enquanto se antecipa a possíveis riscos fiscais.