A aversão à nova política de estímulos monetários do governo chinês derrubou os preços do minério de ferro nesta quinta. Por aqui, incertezas em relação às contas públicas pesaram sobre o Ibovespa, que fechou no vermelho.
Segundo análise de Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, hoje a retração do mercado brasileiro foi fortemente influenciada pela queda nas ações de mineradoras e petroleiras, como Vale e Petrobras, que recuaram devido à ausência de sinais consistentes de recuperação da economia chinesa, impactando diretamente a demanda global por commodities.
A elevação dos juros de longo prazo no Brasil também teve efeito negativo sobre empresas de setores cíclicos e de consumo, contribuindo para o desempenho desfavorável da bolsa.
Esse aumento de juros penaliza, em especial, segmentos como o de varejo e educação, resultando em quedas acentuadas em ações como YDUQ3 e HYPE3.
Por outro lado, a cotação elevada do dólar beneficia empresas exportadoras, como BRF, Marfrig e Klabin, que sobem e figuraram entre as maiores altas do dia.
Na minha visão, a recente valorização do dólar se justifica pela crescente aversão ao risco global, com receios relacionados à desaceleração da economia chinesa. O pacote de estímulos da China veio abaixo do esperado, gerando preocupações quanto ao impacto nas economias emergentes, como o Brasil, e levando os investidores a buscar ativos considerados mais seguros, como o dólar, pressionando a cotação.
Observo que no cenário doméstico, a incerteza sobre as contas públicas e a falta de clareza no cumprimento das metas fiscais para 2024 aumentam a pressão sobre o dólar. Além disso, a percepção de um risco fiscal elevado no Brasil eleva as taxas de juros futuros, já que o mercado prevê a necessidade de um custo de capital mais elevado para mitigar esses riscos.
Confira aqui os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices
- Ibovespa: 130.793,41 (-0,73%)
- S&P 500: 5.841,47 (-0,02%)
- Nasdaq: 18.373,61 (+0,04%)
- Dow Jones: 43.238,72 (+0,37%)
- Dólar: R$ 5,65 (-0,10%)
- Euro: R$ 6,12 (-0,35%)