No vasto território brasileiro, onde a diversidade natural e cultural é marcante, a qualidade de vida apresenta diferenças significativas entre suas diversas regiões. Para entender melhor essas disparidades, o Índice de Progresso Social (IPS) oferece um olhar abrangente sobre o bem-estar das populações, baseando-se em fatores sociais e ambientais, ao invés de indicadores econômicos tradicionais. Em 2024, o cálculo do IPS revelou importantes insights sobre a realidade social do país.
O Que É o Índice de Progresso Social?
Desenvolvido pela organização Social Progress Imperative (SPI) e idealizado pelo professor Michael Porter da Harvard Business School, o Índice de Progresso Social (IPS) foi criado para medir o bem-estar das populações a partir de dados que refletem a realidade social e ambiental dos locais avaliados. É uma ferramenta valiosa para governos e formuladores de políticas, pois fornece informações detalhadas que permitem a elaboração de estratégias mais eficazes para melhorar a qualidade de vida.
Na edição de 2024 do IPS, foram utilizados 53 indicadores de fontes respeitadas como o DataSus, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Estes oferecem uma visão clara sobre áreas como saúde, educação, e direitos civis, sem considerar dados econômicos, permitindo uma avaliação mais centrada em progresso social e ambiental.

As Piores Cidades do Brasil em 2024 Segundo o IPS
O levantamento do IPS de 2024 trouxe à tona cidades que enfrentam desafios significativos no que tange à qualidade de vida. Entre as 20 cidades classificadas com os menores índices, Uiramutã em Roraima ocupou a posição mais baixa, com um índice de 37,63. Outras cidades do norte e nordeste do Brasil também figuraram entre as piores, destacando uma tendência de dificuldades nas regiões.
- Uiramutã, RR – 37,63
- Alto Alegre, RR – 38,38
- Trairão, PA – 38,69
- Bannach, PA – 38,89
- Jacareacanga, PA – 38,92
Essas classificações são determinadas com base em critérios como disponibilidade de recursos básicos, acesso à educação e oportunidades de desenvolvimento social. As baixas pontuações destacam a necessidade de atenção governamental e investimento efetivo nessas áreas para melhorar as condições de vida.
Critérios de Avaliação: Foco em Necessidades Básicas e Oportunidades
O IPS avalia o progresso social com base em três categorias principais: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades. As necessidades básicas, que incluem elementos indispensáveis como nutrição e segurança, apresentaram a melhor média de pontuação, reforçando a evolução em certos aspectos essenciais. No entanto, a categoria de oportunidades, que abrange direitos individuais, inclusão social e educação superior, revelou os desafios mais prementes.
Direitos individuais e acesso à educação superior foram áreas críticas, indicando que, apesar de avanços em saneamento e saúde, o Brasil ainda enfrenta dificuldades consideráveis em garantir condições básicas de inclusão social e oportunidades educacionais.
Impactos do IPS no Desenvolvimento Sustentável e Políticas Públicas
O desempenho do Brasil no Índice de Progresso Social tem implicações diretas para compromissos internacionais, como o Acordo de Paris e a Agenda 2030 das Nações Unidas. Com sua imensa biodiversidade e importância no cenário climático global, o Brasil desempenha um papel crucial na sustentabilidade planetária. Entretanto, questões como o desmatamento e a desigualdade persistente vêm desafiando o progresso social e ambiental.
Mesmo com dificuldades, o Brasil mantém uma referência em aspectos sociais por meio de programas como o Sistema Único de Saúde (SUS) e iniciativas de transferência de renda, que têm sido fundamentais para auxiliar populações mais vulneráveis.
A atualização anual do IPS oferece uma ferramenta de monitoramento contínuo para avaliar a evolução das condições sociais e ambientais. Em 2024, o Brasil registrou uma média geral de 61,83 no IPS, situando-se na 67ª posição global. Essa análise contínua permite que o governo e outras instituições identifiquem áreas prioritárias para intervenção e aprimoramento das políticas públicas.