Nos últimos anos, a comunicação no mercado de capitais tem passado por uma transformação significativa, refletindo as mudanças no comportamento dos investidores e nas plataformas digitais. O uso de vídeos se destaca como um diferencial estratégico, especialmente quando integrado a uma abordagem multicanal. Afinal, mais do que apenas transmitir informações, os vídeos têm o potencial de contar narrativas impactantes que ressoam com o público, proporcionando uma conexão emocional que relatórios tradicionais muitas vezes não conseguem alcançar. Mas como exatamente essa nova tendência pode beneficiar a comunicação financeira das companhias?
Neste artigo, vamos explorar como as empresas podem usar vídeos em suas estratégias de comunicação, abordando o impacto do conteúdo visual para engajar investidores, melhorar a transparência e simplificar informações complexas.

O impacto dos vídeos curtos na comunicação financeira
Vídeos curtos – geralmente com duração de até 60 segundos – têm ganhado força em plataformas como Instagram, LinkedIn e TikTok, graças ao seu formato dinâmico e fácil de consumir. Eles apresentam uma oportunidade única para simplificar a comunicação de temas complexos, como resultados trimestrais, projetos ESG e movimentações estratégicas da empresa. O vídeo permite que a mensagem seja transmitida de forma rápida, clara e acessível, atendendo tanto ao investidor experiente quanto ao público mais jovem e diversificado, que muitas vezes consome conteúdo por dispositivos móveis.
Um dos grandes atrativos desse formato é a capacidade de engajamento. Estudos mostram que 66% dos consumidores preferem assistir a um vídeo curto para aprender sobre um produto ou serviço, em vez de ler um texto. Isso demonstra a preferência geral pelo formato visual na busca por informação rápida, o que também pode ser aplicado ao setor financeiro.
Além disso, os vídeos apresentam uma maior retenção de atenção. De acordo com levantamento da Insivia, espectadores retêm 95% da mensagem quando apresentada em formato de vídeo, em comparação a apenas 10% quando lida em texto. No caso das empresas de capital aberto especificamente, isso significa que informações complexas podem ser transmitidas de forma mais eficiente e eficaz.
Como as companhias abertas podem utilizar vídeos curtos
Falando em mercado de capitais, diversas companhias já começaram a experimentar o uso de vídeos para atrair e engajar investidores. Os usos podem ser variados, desde anúncios sobre datas importantes, como assembleias ou lançamentos de resultados, até explicações simples sobre políticas de governança corporativa e sustentabilidade.
Exemplos práticos de uso:
- Resultados trimestrais simplificados: um vídeo de 30 segundos destacando os principais pontos de um resultado financeiro pode ser muito mais eficaz para engajar o investidor, principalmente nas redes sociais, do que um longo documento ou apresentação. Esse vídeo pode ser distribuído em diversas plataformas, ampliando o alcance da mensagem.
- Atualizações sobre ESG: empresas podem resumir suas iniciativas ambientais, sociais e de governança em vídeos dinâmicos que conectam a estratégia de longo prazo com resultados tangíveis. Isso pode aumentar o interesse de investidores preocupados com práticas sustentáveis e de transparência.
- Convites para eventos e assembleias: um simples vídeo convidando investidores para eventos importantes pode ser compartilhado via WhatsApp, LinkedIn ou e-mail marketing, tornando o convite mais pessoal e direto.
O papel dos departamentos de RI na era dos vídeos curtos
Os departamentos de Relações com Investidores das companhias têm um papel fundamental ao trazer essa inovação para o centro de suas estratégias de comunicação. A adaptação ao formato dos vídeos curtos requer uma abordagem estratégica, onde o conteúdo seja alinhado aos objetivos da empresa e às expectativas dos investidores.
Ao adotar os vídeos curtos, o RI pode explorar o uso de teasers informativos, resumos executivos e entrevistas com a diretoria para manter os investidores informados de forma contínua e atrativa. No entanto, é importante garantir que esses vídeos complementam os canais tradicionais de comunicação, como relatórios e apresentações, ao invés de substituí-los. A combinação dos dois formatos pode aumentar significativamente a eficácia da comunicação, tornando a experiência do investidor mais fluida e interativa.
Além disso, o uso de animações e gráficos visuais nesses vídeos pode ajudar a transmitir informações financeiras de maneira mais intuitiva, especialmente quando se trata de demonstrar variações de resultados, crescimento ou indicadores-chave de desempenho.
O valor da transparência e proximidade com o investidor
Quando falamos de vídeos, estamos também falando de proximidade. O formato permite que as empresas mantenham um diálogo mais aberto e contínuo com seus stakeholders, passando uma sensação de transparência e agilidade. Ao criar um conteúdo claro, acessível e visualmente agradável, os vídeos podem ajudar a criar confiança no relacionamento entre a companhia e seus investidores.
Um ponto interessante para as companhias abertas é a possibilidade de humanizar mais a relação com seus investidores. No audiovisual, é possível trazer executivos e líderes da empresa para falar diretamente com o público, transmitindo não só dados, mas também a visão estratégica e a cultura da empresa de forma mais próxima e pessoal.
Mas como explorar essa ferramenta de forma eficiente?
Aqui na MZ, temos acompanhado de perto como a comunicação no mercado de capitais está evoluindo. O uso de vídeos pode ser um diferencial estratégico, principalmente quando integrado a uma estratégia multicanal. Por isso, meu conselho para as companhias é testar esse formato com conteúdos relevantes e regulares, que sejam claros, objetivos e com uma proposta visual que reflita a identidade da empresa.
Nesse sentido, reforço que a narrativa torna-se um elemento fundamental. Ao contar histórias em vez de apenas apresentar dados, as empresas podem conectar-se emocionalmente com os investidores, proporcionando uma compreensão mais profunda das suas operações e visão. Uma boa narrativa transforma informações complexas em histórias envolventes, facilitando a retenção de informações e o engajamento do público.
É importante, no entanto, avaliar as métricas de desempenho desses vídeos para entender o real impacto na comunicação. Ferramentas de analytics podem fornecer dados valiosos sobre o alcance e o engajamento dos vídeos, permitindo ajustes em tempo real.
Em tempo, acho válido destacar também que é essencial personalizar toda mensagem, independentemente do formato. Lembre-se que uma comunicação financeira eficaz deve ser consistente e bem estruturada, respeitando as boas práticas visuais, como o uso de gráficos claros e layout atrativo. Cada peça deve fazer parte de uma estratégia sólida e coesa, garantindo que as informações sejam transmitidas de maneira compreensível e visualmente atraente, o que reforça a identidade corporativa e facilita o entendimento dos investidores.
Conclusão
Em resumo, podemos dizer que os vídeos curtos são uma ferramenta poderosa para as companhias melhorarem sua comunicação com o mercado. Eles ajudam a simplificar mensagens complexas, aumentar o engajamento e reforçar a transparência e a proximidade com os investidores. Para os departamentos de RI, incorporar esse formato na estratégia de comunicação pode ser uma excelente forma de se destacar, oferecendo informações de maneira moderna e acessível.
Para saber mais sobre o uso de vídeos e como potencializar sua comunicação financeira, entre em contato como time da MZ.
*Cássio Rufino é CFO & COO da MZ, empresa líder em soluções para relações com investidores. Graduado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, possui pós-graduação em Finanças Corporativas pelo Insper e MBA Executivo em Finanças pela mesma instituição. É especialista em comunicação financeira e criador do método dos 3Cs, que já ajudou dezenas de RIs a gerar mais valor e aumento de liquidez para suas companhias.
Cássio Rufino
CFO & COO