Um projeto inovador desenvolvido pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Joinville, está prestes a introduzir uma revolução na área de monitorização de glicose para pessoas com diabetes. Nomeado eGluco, este dispositivo busca medir os níveis de glicose no corpo sem a necessidade de contato sanguíneo. Recentemente, o produto foi selecionado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testes de relevância para os serviços de saúde brasileiros.
Avanços Tecnológicos na Medição de Glicose

Liderado pelo engenheiro biomédico Pedro Bertemes Filho, professor de Engenharia Elétrica da Udesc, o eGluco chega em sua versão 3.0 e já está sendo utilizado por pacientes em um hospital localizado na cidade de Brusque. O dispositivo opera através de sinais elétricos gerados por eletrodos de ouro, promovendo uma medição de glicose mais confortável e sem a dor associada às picadas de agulha.
Segundo o professor Pedro Bertemes Filho, “o dispositivo utiliza um sistema baseado em inteligência artificial que possibilita a análise de dados para apresentar informações sobre batimento cardíaco, temperatura corpórea e também o nível de glicose”. Esta inovação tecnológica envolve sensores optoeletrônicos, assegurando que o monitoramento seja não invasivo e acessível.
Seleção pela Anvisa e Futuro de Expansão
Em setembro, a Anvisa selecionou o projeto eGluco como parte de um programa piloto dedicado à avaliação regulatória de dispositivos médicos inovadores. Este reconhecimento marca um importante passo para que a tecnológica seja acompanhada de perto e possua viabilidade para uso em maior escala no país.
No que se refere aos próximos passos, o professor Pedro destacou a necessidade de realizar testes tanto em indivíduos saudáveis quanto em pacientes com diabetes para garantir a eficiência e segurança do dispositivo. Além disso, há planos de transformar o eGluco em uma tecnológica vestível, similar a um smartwatch, com expectativa de uso por voluntários no próximo ano.
Transformação no Cuidado Diabético
O projeto eGluco não apenas proporciona um modo menos invasivo para medir glicose, mas também representa uma facilidade adicional para usuários que terão acesso aos dados em tempo real através de um aplicativo. Isso pode significar uma grande mudança na autonomia e qualidade de vida dos pacientes que, hoje, dependem de métodos mais tradicionais e invasivos.
Com a previsão de autorização para o uso comercial até 2028, a expectativa é que o dispositivo não só revolucione o monitoramento de glicose, mas também abra caminho para novas aplicações tecnológicas no campo da saúde. O sucesso deste projeto pode igualmente incentivar mais investimentos em pesquisas semelhantes, desempenhando um papel vital na melhoria do cuidado diabético no Brasil e possivelmente em todo o mundo.