Em agosto de 2024, o volume de vendas no comércio varejista registrou uma queda de 0,3% em relação ao mês anterior, de acordo com dados ajustados sazonalmente. Esse resultado representa uma desaceleração, após o setor ter apresentado uma alta de 0,6% em julho.
Com esse recuo, a média móvel trimestral, que encerrou em agosto, também sofreu uma variação negativa de 0,2%, refletindo um ritmo mais lento de crescimento no setor varejista.
No acumulado de 2024, o desempenho ainda se mantém positivo, com uma alta de 5,1%. Já nos últimos 12 meses, o crescimento do volume de vendas foi de 4,0%.
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, destacou que, apesar da queda no volume de vendas do varejo em agosto, o resultado foi mais positivo do que o esperado pelo mercado. “Os dados surpreendem positivamente, por mais que seja uma queda no mês, era uma queda bem menor de 0,3% contra 0,5% esperado. E se você olha na comparação anual, veio 5,1%, o mercado estava esperando desacelerar para 3,6%”, afirmou.
Cruz atribui esse desempenho ao crescimento nas vendas em lojas de departamento, que tiveram dificuldades em 2022 e 2023, mas agora demonstram sinais de recuperação, em linha com a expectativa da RB de um ano mais forte para o varejo em 2024.
O estrategista também acredita que o setor varejista deve continuar superando as expectativas ao longo do ano, possivelmente impulsionando o crescimento econômico como um todo. “Imagino que até o final do ano a gente deva ver o IBGE mostrando dados de varejo fortes, com um crescimento de mais de 4%, superior ao PIB, que deve crescer 3%, como o Boletim Focus está esperando”, comentou Cruz.
Por fim, ele ressalta que o desempenho positivo do varejo pode até levar a uma revisão das projeções do PIB para cima, considerando sua importância no cenário econômico atual.