Os contratos futuros de petróleo registram forte alta nesta quinta-feira (03), com o Brent para dezembro subindo 3,52%, sendo cotado a US$ 76,50, e o WTI para novembro avançando 3,89%, para US$ 72,83. O movimento reflete os temores de que a infraestrutura energética do Irã possa ser alvo de um ataque militar de Israel, após rumores de discussões entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e autoridades israelenses sobre a possibilidade de uma ofensiva.
A perspectiva de um conflito no Oriente Médio que afete as instalações petrolíferas iranianas gera preocupações significativas no mercado de petróleo, que já vive uma conjuntura de incertezas. O analista-chefe do banco sueco SEB ressaltou que, caso as refinarias e outros ativos energéticos do Irã sejam atacados, o preço do barril de petróleo pode atingir rapidamente a marca de US$ 200.
Uma das instalações que pode ser alvo é a refinaria de Isfahan, uma das maiores do Irã, que processa petróleo bruto e produz uma série de derivados, como gás liquefeito, gasolina, querosene e outros combustíveis essenciais. A destruição de uma infraestrutura dessa magnitude teria impactos diretos no fornecimento global de petróleo, impulsionando os preços a níveis que não se veem há anos.
Ibovespa cai acompanhando exterior em dia de aversão ao risco
Após o entusiasmo observado na quarta-feira, impulsionado pela elevação do rating do Brasil pela Moody’s, o Ibovespa opera em queda firme nesta quinta-feira (03), em linha com os mercados globais. O aumento da aversão ao risco, provocado pelos recentes bombardeios no Oriente Médio, tem gerado preocupações de um conflito mais amplo, levando à retração nas bolsas. Às 11h55, o principal índice da bolsa brasileira caía 1,47%, aos 131.549,29 pontos.
Nem mesmo a alta expressiva do petróleo foi suficiente para sustentar as ações da Petrobras, que oscilam próximo à estabilidade. O cenário externo também pressiona o setor de mineração e siderurgia, com quedas acentuadas dos papéis, influenciadas pelo desempenho negativo dos mercados asiáticos, principalmente nas cotações de commodities em Cingapura e pela ausência de referência do mercado chinês de Dalian.
Além disso, o aumento dos juros futuros e a alta do dólar pressionam as ações do setor de consumo, principalmente os papéis cíclicos, uma vez que o encarecimento do crédito e a inflação projetada diminuem a atratividade dessas empresas.