O cenário do futebol inglês está em ebulição com as acusações dirigidas ao Manchester City por 115 violações ao Fair Play Financeiro na Premier League. A Comissão Independente da liga inglesa adiantou as audiências, marcadas para iniciar na próxima segunda-feira (16), trazendo à tona um dos maiores escândalos financeiros do esporte. Essa é uma situação delicada que pode impactar profundamente não só o clube, mas também toda a estrutura do campeonato.
A investigação, que deve durar aproximadamente dois meses e meio, busca ouvir todos os envolvidos antes de chegar a um veredito, previsto para o início de 2025. As consequências para o Manchester City podem ser severas, abrangendo desde perda de pontos na competição até rebaixamento e exclusão dos grandes torneios, tanto na Inglaterra quanto na Europa.
Manchester City: O que dizem as acusações?

Conforme o jornal “The Times“, as acusações envolvem múltiplas irregularidades que vão desde a ocultação da situação financeira precisa do clube até a falta de cooperação com as investigações. Pep Guardiola, técnico da equipe, mostrou-se aliviado com o início do processo. “Estou feliz de que vão começar logo, e espero que terminem rápido. Pelo bem de todos nós, do nosso clube, dos demais clubes da Premier League e de todos que aguardam a sentença. Desejo do fundo do coração irmos a julgamento e que eles decidam o mais rápido possível. Vamos aceitar, como sempre fizemos”, afirmou Guardiola.
Quais são as possíveis sanções?
As possíveis penalidades que o Manchester City pode enfrentar são diversas e bastante rígidas. Algumas das sanções incluem:
- Perda de pontos no Campeonato Inglês
- Rebaixamento para divisões inferiores
- Proibição de disputar grandes torneios nacionais e europeus
A gravidade das acusações indica que a Premier League não deve poupar esforços para garantir que qualquer violação seja devidamente punida, visando manter a integridade do esporte.
Como a situação chegou a esse ponto?
Desde 2008, quando foi adquirido pelo Abu Dhabi United Group, o Manchester City passou por uma transformação financeira significativa. Em 2009, o clube gastou mais de 100 milhões de euros em nomes como Carlos Tévez, Gareth Barry, Roque Santa Cruz e Adebayor, aumentando a suspeita sobre a origem dos fundos e o cumprimento das regras financeiras estabelecidas pelas ligas.
Como essas investigações podem afetar o futebol europeu?
Este caso está sendo acompanhado de perto por outros clubes e federações. Dependendo do desfecho, pode gerar um efeito cascata em outras ligas europeias. A UEFA, já bastante rigorosa em relação ao Fair Play Financeiro, pode usar esse caso como um exemplo para reforçar suas políticas de controle e transparência financeira.
Vale destacar que as alegações contra o Manchester City incluem:
- 54 casos de ocultação da situação financeira precisa do clube, entre 2009-10 e 2017-18
- 35 casos de falta de cooperação com investigações da liga, entre 2018 e 2023
- 14 casos de ocultação de informações sobre pagamentos a atletas e técnicos, entre 2009-10 e 2017-18
- 7 casos de quebra das regras do Fair Play Financeiro da Premier League, entre 2015 e 2018
- 5 casos de quebra das regras do Fair Play Financeiro da UEFA, entre 2013 e 2018
A comunidade esportiva global está atenta ao desenrolar desse processo, que pode redefinir as regras do jogo no que diz respeito às finanças dos grandes clubes de futebol. O resultado dessas audiências poderá não só marcar a história do Manchester City como também servir de precedente para outros casos no futuro.