A Novo Nordisk deu um importante passo em 2017 ao lançar o Ozempic, inicialmente voltado para o tratamento da diabetes. O medicamento, no entanto, conquistou nova fama ao mostrar eficácia no combate à obesidade, fazendo a receita da empresa disparar e triplicando seu valor de mercado desde 2020, atingindo US$ 577,1 milhões. Essa popularidade atraiu um enxame de concorrentes, dispostos a desenvolver suas próprias versões do Ozempic, prometendo movimentar bilhões no mercado de tratamentos para perda de peso.
De acordo com um relatório recente das empresas de dados Morningstar e Pitchbook, o segmento de perda de peso está se tornando cada vez mais competitivo, com novos medicamentos entrando no mercado até 2029. Esse movimento pode adicionar até US$ 70 bilhões ao segmento, elevando o volume total do mercado para US$ 200 bilhões até 2031. Entre os novos players estão gigantes como Pfizer, Boehringer Ingelheim, Roche e Amgen, além de empresas menores como Zealand Pharma e Viking Therapeutics.

O que impulsiona a popularidade do Ozempic?
A eficácia do Ozempic no combate à obesidade é um dos principais fatores que contribuíram para sua popularidade. Essa eficácia fez com que ele não fosse apenas um tratamento para diabetes, mas também uma ferramenta poderosa na luta contra o excesso de peso, expandindo seu mercado-alvo. Em contrapartida, a concorrência está cada vez mais acirrada, com várias farmacêuticas buscando desenvolver alternativas mais acessíveis.
- Epidemia de obesidade: A obesidade se tornou uma pandemia global, com sérias consequências para a saúde e a qualidade de vida.
- Pressão estética: A sociedade contemporânea, marcada pela busca por um corpo idealizado, exerce uma grande pressão sobre as pessoas para que percam peso.
- Avanços científicos: Novas pesquisas e tecnologias têm permitido o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais.
- Aprovações regulatórias: Agências reguladoras como a FDA (Food and Drug Administration) têm aprovado novos medicamentos para o tratamento da obesidade, aumentando a confiança dos médicos e dos pacientes.
Como a competição afeta o mercado de medicamentos para perda de peso?
A estimativa é que, com a entrada de novos medicamentos, haverá uma queda nos preços, aumentando a acessibilidade. Empresas como Structure Therapeutics e Altimmune estão entre as que podem se beneficiar de uma maior participação de mercado. Esse ambiente competitivo pode também acelerar o ritmo de inovações e melhorias nos tratamentos disponíveis, aumentando as opções para consumidores e profissionais de saúde.
Quais são os efeitos colaterais destes medicamentos?
Os medicamentos para emagrecer e diabetes, especialmente aqueles da classe dos agonistas do GLP-1 como o Ozempic e o Mounjaro, têm se mostrado eficazes na perda de peso e no controle do diabetes tipo 2. No entanto, como qualquer medicamento, eles podem causar efeitos colaterais.
Efeitos colaterais comuns:
- Gastrointestinais: Náuseas, vômitos, diarreia, constipação, perda de apetite. Esses efeitos geralmente são mais intensos no início do tratamento e tendem a diminuir com o tempo.
- Outras reações: Tontura, fadiga, dor de cabeça, alterações no paladar.
Efeitos colaterais menos comuns, mas mais graves:
- Pancreatite: Inflamação do pâncreas.
- Problemas renais: Embora raros, podem ocorrer em pessoas com problemas renais pré-existentes.
- Pensamentos suicidas: A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) está investigando uma possível ligação entre esses medicamentos e pensamentos suicidas ou de automutilação. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar essa associação.
É importante ressaltar que:
- A maioria dos efeitos colaterais é leve e transitória.
- A gravidade e a frequência dos efeitos colaterais variam de pessoa para pessoa.
- Os benefícios da perda de peso e do controle do diabetes geralmente superam os riscos dos efeitos colaterais, especialmente para pessoas com obesidade ou diabetes tipo 2.
Fatores que influenciam os efeitos colaterais:
- Dose: Doses mais altas podem estar associadas a mais efeitos colaterais.
- Comorbidades: Pessoas com outras condições de saúde podem ter um maior risco de certos efeitos colaterais.
- Interações medicamentosas: A interação com outros medicamentos pode aumentar o risco de efeitos colaterais.
Quais são os futuros desafios e oportunidades no mercado?
Com a adição de novos medicamentos, a indústria provavelmente verá uma série de aquisições significativas nos próximos 18 meses. As grandes farmacêuticas estarão de olho em empresas menores especializadas no nicho de combate à obesidade, como NodThera e Corteria, aumentando suas capacidades e portfólios. A Novo Nordisk, por sua vez, já está reagindo à concorrência através do lançamento do Wegovy, um medicamento também destinado à perda de peso.
O Wegovy vai superar o Ozempic em vendas?
O Wegovy, embora parte da mesma “família” que o Ozempic, encontrou obstáculos em suas vendas no segundo trimestre de 2024. Comparado com as expectativas dos analistas, os resultados financeiros ficaram aquém. Mesmo assim, a Novo Nordisk continua sua expansão global, incluindo a distribuição do Wegovy no Brasil e na América Latina, com preços chegando a R$ 2,4 mil no mercado brasileiro. As vendas do Wegovy somaram 11,66 bilhões de coroas dinamarquesas no trimestre, um crescimento de 53% que, apesar de impressionante, não atingiu as expectativas de mercado.
Concluindo, a Novo Nordisk e seus concorrentes enfrentam um cenário de rápida evolução e alta competitividade no mercado de tratamentos para perda de peso. O sucesso do Ozempic e as expectativas para o Wegovy são apenas a ponta do iceberg em uma indústria que promete não só inovação, mas também disputas acirradas por participação de mercado nos próximos anos.
Fontes confiáveis para obter mais informações:
- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM): https://www.endocrino.org.br
- Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO): https://abeso.org.br/
Últimas notícias: