O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos registrou uma alta de 0,2% em agosto, mantendo o ritmo observado em julho. O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou os dados nesta quarta-feira (11), reforçando a expectativa de uma desaceleração gradual no acumulado de 12 meses, com a inflação caindo de 2,9% para 2,5%.
Segundo análise de Fábio Fares, especialista em análise macro, apesar de uma alta em agosto, nada deve mudar nos planos do Fed. Segundo ele, não há possibilidade de manutenção na taxa de juros. “Acho que o corte de 0,25 % no intervalo de juros é uma possibilidade mais forte na próxima reunião”, explica.
A variação mensal ficou alinhada com o consenso de mercado, que esperava um aumento de 0,2%, de acordo com projeções da LSEG. No entanto, a expectativa para a inflação anual era um pouco mais elevada, projetando um índice de 2,6%.
Em um movimento relevante, o núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, registrou um avanço de 0,3% no mês, uma leve aceleração em relação aos 0,2% de julho. Segundo William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue sobre, o principal indicador de inflação nos EUA seguiu mostrando desaceleração. No entanto, o número do núcleo veio acima do esperado (0,3% ante 0,2% esperado).
“A evolução parece seguir positiva, mas, tal qual os dirigentes do Fed sempre enfatizaram, há a necessidade de acompanhar os dados. Ainda assim, seguimos vendo uma trajetória declinante da inflação, o que corrobora a percepção da mudança de direcionamento de política monetária pelo Fed, algo que já foi inclusive indicado pelo presidente Jerome Powell. Atualmente o mercado enxerga com uma probabilidade de 85% um corte de 0,25 pp para a próxima reunião do dia 18 de setembro”, avalia.
Preços de habitação continuam a pressionar o índice
O maior destaque do mês veio do índice de preços de habitação, que subiu 0,5% em agosto, superando a alta de 0,4% vista em julho. “A habitação continua a ser um componente fundamental para entender a pressão inflacionária de longo prazo”, comentam economistas. No acumulado de 12 meses, esse indicador registra uma alta de 5,2%.
Alimentos e energia em foco: variações menores no mês
Os preços dos alimentos tiveram um avanço de 0,1% em agosto, abaixo da alta de 0,2% observada em julho. Em 12 meses, os preços subiram 2,1%, com destaque para a alimentação fora de casa, que teve aumento mensal de 0,3%. Já os preços de alimentos no domicílio permaneceram estáveis no mês.
No setor de energia, os preços caíram 0,8% em agosto, após ficarem estáveis em julho. Em termos anuais, o índice de energia registra queda de 4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
















