Em um caso inusitado que abalou a indústria musical, um músico nos Estados Unidos foi preso por utilizar inteligência artificial para criar milhares de músicas e gerar reproduções falsas em plataformas de streaming. Michael Smith, o acusado, acumulou impressionantes US$ 10 milhões em royalties, aproximadamente R$ 55,7 milhões, através desse esquema fraudulento. A operação, que durou sete anos, envolvia a geração de músicas por IA e a criação de inúmeras contas falsas em serviços como Spotify, Amazon Music e Apple Music.
Conforme os promotores federais reportaram, a fraude envolvia o uso de um software específico que permitia a reprodução contínua das faixas de Smith a partir de diversos dispositivos, alcançando aproximadamente 661 mil transmissões diárias e bilhões de streams ao longo dos anos. Para evitar suspeitas, ele criava títulos e nomes de autores peculiares para as canções geradas artificialmente.
Como funcionava a fraude com inteligência artificial?

O método de Michael Smith para fraudar as plataformas de streaming era complexo e meticulosamente planejado. Usando inteligência artificial, ele gerava músicas e aplicava um software para reproduzi-las repetidamente. Diversos dispositivos, conectados através de contas falsas, garantiam um volume massivo de streams diários. De acordo com o Mechanical Licensing Collective (MLC), essa técnica inflacionava os ganhos de Smith de maneira exemplarmente dissimulada.
Entidade desconfiou do volume de músicas criadas
O Mechanical Licensing Collective, responsável pela distribuição de royalties de streaming, começou a desconfiar quando percebeu a quantidade extraordinária de músicas cadastradas por Smith. Para não levantar suspeitas, ele distribuía os streams entre um grande número de faixas, evitando que uma única música se destacasse com bilhares de reproduções em um curto período.
- Michael Smith alegava ao MLC que todas as canções eram legítimas.
- A investigação mostrou que ele usava VPNs para mascarar a origem das reproduções.
Quais as implicações para o futuro da música com a IA?
Essa situação levanta várias questões sobre o futuro da música em uma era dominada por tecnologia avançada. Por exemplo, a ascensão da inteligência artificial na produção musical gera preocupações sobre a autenticidade e originalidade das criações musicais. Em um mundo onde a IA pode replicar a voz humana e criar composições, como fica a definição de autoria e direito autoral?
- O uso de IA para gerar músicas necessita de regulamentação mais rigorosa.
- As plataformas de streaming devem aprimorar seus sistemas de detecção de fraudes.
- A comunidade artística precisa estar ciente e adaptar-se às novas tecnologias.
Como garantir a legitimidade das músicas no streaming?
A verificação da autenticidade das músicas nas plataformas de streaming torna-se cada vez mais crítica. Ferramentas tecnológicas avançadas devem ser empregadas para identificar padrões suspeitos de reprodução. Além disso, uma colaboração mais estreita entre as plataformas e entidades como o MLC pode ajudar a garantir que os royalties sejam distribuídos de maneira justa e precisa.
Michael Smith agora enfrenta acusações severas de fraude eletrônica e conspiração para lavagem de dinheiro, podendo pegar até 60 anos de prisão. Ele continua negando as acusações, sustentando que suas músicas são de autoria humana. Este caso serve de alerta para as possíveis armadilhas e desafios trazidos pela inteligência artificial ao setor musical.