Um novo medicamento sem hormônios promete transformar a vida de mulheres que enfrentam os incômodos da menopausa. O elinzanetant, recentemente estudado, mostrou-se eficaz em reduzir sintomas como ondas de calor e problemas de sono. Publicado na revista Journal of the American Medical Association, a pesquisa revelou que 70% das mulheres relataram melhorias significativas após 12 semanas de uso, uma alternativa promissora em comparação às tradicionais terapias hormonais.
Com a redução dos níveis de estrogênio durante a menopausa, ondas de calor e outros sintomas se tornam comuns, levando muitos médicos a recomendarem terapia hormonal. No entanto, essa solução pode causar efeitos colaterais adversos, levando a uma busca contínua por opções mais seguras e eficazes. O elinzanetant propõe uma abordagem inovadora, atuando diretamente em receptores cerebrais sem envolver hormônio estrogênio.

Quais são os primeiros sinais da menopausa?
Os primeiros sinais da menopausa podem variar de mulher para mulher e nem sempre são óbvios. No entanto, alguns sintomas comuns incluem:
- Menstruação irregular: Os ciclos menstruais podem se tornar mais curtos ou mais longos, com fluxo mais leve ou mais intenso.
- Ondas de calor: Sensação súbita de calor que pode afetar a face, o pescoço e o tórax, acompanhada de rubor e suor.
- Suores noturnos: Estes podem interromper o sono e causar fadiga durante o dia.
- Alterações de humor: Irritabilidade, ansiedade, depressão e mudanças de humor são comuns devido às flutuações hormonais.
- Secura vaginal: A diminuição do estrogênio pode causar ressecamento vaginal, desconforto durante a relação sexual e maior suscetibilidade a infecções urinárias.
- Dificuldade para dormir: Insônia e dificuldade para manter o sono são queixas frequentes.
- Cansaço e fadiga: A menopausa pode causar uma sensação constante de cansaço e falta de energia.
- Perda de libido: A diminuição do desejo sexual é comum, mas não todas as mulheres experimentam.
- Alterações na pele e cabelos: A pele pode ficar mais seca e fina, e os cabelos podem ficar mais finos e secos.
- Dores nas articulações e músculos: Algumas mulheres relatam dores nas articulações e músculos, semelhantes à fibromialgia.
É importante ressaltar que nem todas as mulheres experimentarão todos esses sintomas. Alguns podem ser mais intensos do que outros, e a ordem em que aparecem também pode variar.
Qual é o desempenho do elinzanetant?
Os testes com elinzanetant foram realizados em dois ensaios clínicos de fase 3, envolvendo 309 e 324 mulheres. As participantes, todas na pós-menopausa e vivendo com ondas de calor, foram divididas em dois grupos, controle e experimental. De maneira aleatória, uma parte recebeu placebo por 12 semanas, enquanto o outro grupo tomou 120 mg do medicamento desde o início até a 26ª semana.
Os relatos das participantes foram cruciais para avaliar a eficácia do elinzanetant. As que começaram com placebo também passaram a receber a medicação após o período inicial de 12 semanas, fornecendo uma comparação robusta sobre a redução de sintomas e melhora na qualidade de vida.
Como o elinzanetant se compara ao placebo?
O elinzanetant demonstrou resultados significativos: nas primeiras quatro semanas, a frequência e intensidade das ondas de calor diminuíram consideravelmente em comparação ao placebo. Até a 12ª semana, mais de 70% das mulheres relataram uma redução de pelo menos 50% nas ondas de calor. Houveram também relatos de melhorias no sono e qualidade de vida. Os efeitos colaterais observados foram mínimos, limitando-se principalmente a dores de cabeça e cansaço.
Quais são os desafios e limitações do estudo?
Embora encorajadores, os resultados do estudo possuem limitações. O uso de autorrelatos como base para avaliação pode introduzir um elemento de subjetividade e efeito placebo. Além disso, a maioria das participantes era de origem caucasiana, o que não permite uma generalização adequada para todas as etnias.
Outro ponto a ser considerado é a exclusividade da pesquisa a mulheres na pós-menopausa. Não se sabe ao certo como o elinzanetant funcionaria em mulheres na perimenopausa ou naquelas com sintomas derivados de tratamentos médicos, como terapias contra o câncer. Ademais, a ausência de distúrbios do sono como critério de inclusão pode limitar a análise sobre os efeitos do remédio no sono.
Apesar dessas limitações, a equipe de pesquisa considera os resultados promissores. O elinzanetant aparece como uma alternativa segura e eficaz à terapia hormonal para mulheres em menopausa. O próximo passo envolverá ensaios clínicos com pacientes com câncer de mama, buscando ampliar ainda mais a aplicabilidade do medicamento.