O novo filme de Walter Salles, intitulado “Ainda Estou Aqui”, fez sua estreia triunfante no Festival de Cinema de Veneza no último domingo (1º). Com uma recepção calorosa da crítica e uma ovação de 10 minutos, a produção ganhou elogios internacionais, sendo descrita como uma “história poderosa”, “comovente” e “amável”. Trata-se de uma obra baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que narra a história de sua própria família. O filme, ambientado no Rio de Janeiro durante a década de 1970, aborda a dolorosa e transformadora experiência da família Paiva após um ato violento e arbitrário.

No enredo de “Ainda Estou Aqui”, acompanhamos os desafios enfrentados por Eunice, que precisa se reinventar e encontrar um novo caminho para si mesma e seus filhos após o desaparecimento do marido, Rubens. Protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, o filme também conta com a participação especial de Fernanda Montenegro. Esta produção marca a terceira colaboração entre Walter Salles e Fernanda Torres, que já haviam trabalhado juntos em “Terra Estrangeira” (1995) e “O Primeiro Dia” (1998).
Ainda Estou Aqui: Um retrato da resistência familiar
O filme “Ainda Estou Aqui” já está sendo aclamado como uma das melhores obras de Salles. O jornal britânico The Guardian descreveu a produção como um “drama sombrio e sincero sobre os desaparecidos da nação”, destacando a resistência e o amor familiar diante da opressão do regime militar brasileiro. Segundo a crítica, a obra proporciona um olhar profundo sobre a dor e a resiliência de uma família desfeita.
Qual é a essência de “Ainda Estou Aqui”?
The Hollywood Reporter elogiou a atuação de Fernanda Torres, chamando-a de “modelo de contenção eloquente”. A publicação salientou que a força da narrativa está na maneira como Walter Salles transforma uma história pessoal em uma representação universal de resistência e superação. Para a revista, “Ainda Estou Aqui” é uma das produções mais emotivas e bem-feitas do diretor.
“Ainda Estou Aqui” e a importância da memória sensorial
A revista Variety destacou o filme de Salles como um “retrato profundamente comovente da memória sensorial de uma família – e uma nação – rompida”. A crítica ressaltou a beleza e dignidade com que a história é contada, especialmente através dos olhos da esposa e dos filhos que viveram a tragédia. Para a Variety, o filme é uma combinação poderosa de memória e emoção, que captura a essência das perdas irreparáveis durante a ditadura militar.
Outro portal norte-americano, Deadline, descreveu “Ainda Estou Aqui” como uma carta de amor de Salles para o Brasil. O site elogiou a performance de Fernanda Torres, afirmando que ela pode se destacar na corrida pelos prêmios, ecoando o marco de sua mãe, Fernanda Montenegro, que foi indicada ao Oscar há 25 anos. Já o Indie Wire considerou o filme uma “amável cinebiografia,” enfatizando a impressionante trajetória de Torres no cinema sul-americano.
A estreia de “Ainda Estou Aqui” no Festival de Cinema de Veneza marca mais uma contribuição significativa de Walter Salles para o cinema internacional, elevando ainda mais a reputação do diretor e consolidando sua parceria artística com Fernanda Torres. Com críticas extremamente positivas, o filme promete impactar profundamente audiências ao redor do mundo com sua mensagem emocionante e cheia de humanidade.