Nos últimos dias, o mundo do futebol sul-americano foi abalado por dois casos graves de arritmia cardíaca. O técnico Tite, que lidera o Flamengo, e o zagueiro uruguaio Juan Izquierdo, do Nacional de Montevidéu, passaram por momentos críticos durante a disputa da Copa Libertadores.
Tite apresentou os primeiros sintomas após o jogo contra o Bolívar em La Paz, na Bolívia, no dia 22 de agosto de 2024. De volta ao Brasil, ele foi internado no Rio de Janeiro e rapidamente estabilizado. Já Juan Izquierdo teve um colapso no Estádio do Morumbi, durante o confronto com o São Paulo, no mesmo dia.

O que é a Arritmia Cardíaca?
A arritmia cardíaca é uma alteração no ritmo normal das batidas do coração. Ela pode se manifestar como batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), lentos (bradicardia) ou irregulares.
Conforme explica o Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Sangue (NHLBI) dos Estados Unidos, o coração funciona como um sistema elétrico que controla o ritmo das batidas. No entanto, quando esse sistema apresenta falhas, surgem os quadros de arritmia.
Esse descompasso pode levar a sintomas como tontura, falta de ar, desmaios e palpitações. Em casos graves, como o de Juan Izquierdo, pode ser necessário tratamento emergencial, incluindo manobras de ressuscitação cardiopulmonar e desfibrilação.
As causas podem ser diversas, incluindo:
- Doenças cardíacas: Cardiopatias congênitas, doenças das válvulas cardíacas, miocardiopatias.
- Desequilíbrios eletrolíticos: Níveis anormais de potássio, sódio ou magnésio no sangue.
- Uso de medicamentos: Alguns medicamentos podem causar arritmias como efeito colateral.
- Fatores de risco: Hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, sedentarismo e histórico familiar de doenças cardíacas.
Quais são os riscos para os atletas?
Atletas de alto rendimento, como os jogadores de futebol, estão sujeitos a um maior estresse físico, o que pode desencadear arritmias em indivíduos predispostos. Além disso, o uso de suplementos alimentares e a desidratação,comuns no esporte, podem agravar o problema.
Quais são os sintomas da arritmia cardíaca?
A British Heart Foundation lista diversos sintomas que podem indicar um caso de arritmia:
- Palpitações no peito
- Enjoo e náusea
- Sensação de desmaio
- Falta de fôlego
- Desconforto no tórax
- Cansaço
Esses sinais podem variar conforme o tipo de arritmia, o que faz do diagnóstico precoce um fator crucial para o tratamento efetivo.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da arritmia cardíaca pode envolver uma série de exames. O NHS, serviço de saúde pública do Reino Unido, destaca o eletrocardiograma como um dos métodos primários. Esse exame registra a atividade elétrica do coração e é frequentemente complementado por outros testes, como o holter, que monitora o ritmo cardíaco por 24 horas ou mais.
Em casos onde a arritmia ocorre durante atividades físicas, são recomendados testes de esforço, realizados em esteiras ou bicicletas ergométricas. Exames adicionais podem incluir ecocardiogramas e estudos eletrofisiológicos.
Como é o tratamento da arritmia cardíaca?
A British Heart Foundation ressalta que a maioria das arritmias são tratáveis. As opções de tratamento incluem:
- Remédios, como betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio.
- Cardioversão-desfibrilação para restabelecer o ritmo do coração.
- Ablação por catéter para destruir o tecido cardíaco doente.
- Instalação de marca-passos para regularizar as batidas do coração.
A vida com arritmia cardíaca pode ser desafiadora emocionalmente, tanto para os pacientes quanto para suas famílias. Gerenciar a ansiedade e o estresse relacionados é parte crucial do tratamento.
Em resumo, os casos de Tite e Juan Izquierdo lançam luz sobre a importância de um diagnóstico e tratamento rápidos e efetivos para as arritmias cardíacas, condições que demandam atenção e cuidados médicos rigorosos.