A Warren Investimentos divulgou expectativa para o IPCA-15 de agosto, prevendo uma desaceleração da inflação, com variação mensal de 0,12% e anualizada em 4,28%. O índice, que será anunciado nesta terça-feira (27) pelo IBGE, deve refletir uma queda significativa em relação ao registrado em julho, que foi de 0,30%.
Segundo a análise da equipe da Warren, composta por Andréa Angelo, Guilherme Gomes e Viniccius Valentim, essa desaceleração se deve principalmente à deflação de 1,7% no grupo de alimentos no domicílio, com destaque para produtos in natura e leite. Além disso, a redução de 8% nas passagens aéreas e o retorno da bandeira tarifária verde nas contas de energia elétrica em agosto também contribuíram para conter a inflação no período.
Por outro lado, o preço da gasolina deve apresentar uma alta de 3,4%, em consequência do reajuste de 7,1% aplicado pela Petrobras nas refinarias em julho. O grupo de educação também deve pressionar o índice, com uma alta sazonal de 0,73%, típica do segundo semestre.
A análise destaca ainda que itens como seguro de automóveis, serviços bancários, telefonia celular e passagens aéreas merecem atenção especial, pois podem influenciar o resultado final do IPCA-15. Mesmo com os riscos equilibrados, a expectativa é de que a mediana do índice fique abaixo de 0,20%, refletindo um viés baixista.
Em termos qualitativos, a inflação deverá apresentar pouca variação em relação ao IPCA-15 de julho, que registrou uma aceleração de 0,34%. Os serviços subjacentes, por exemplo, devem mostrar uma desaceleração para 0,46%, abaixo dos 0,58% registrados em julho.
As projeções da Warren para o IPCA de 2024 e 2025 estão em 4,3% e 4,2%, respectivamente, indicando uma expectativa de controle inflacionário a longo prazo. Contudo, a evolução dos preços da gasolina e dos alimentos no domicílio continuarão sendo monitorados como potenciais focos de pressão inflacionária.