O Brasil é responsável por 32,8% de todo o café produzido no planeta, ou seja, praticamente um terço da produção mundial. O café é o segundo produto agrícola mais exportado do país. A área destinada para a plantação dos cafés arábica e robusta é de 1.9 milhões de hectares. A receita bruta do café em 2023 foi de R$ 48 bilhões de reais. Apesar destes números, o Brasil está na 10ª posição, com US$ 5,2 bilhões em lucros com o café em 2022.
Veja os maiores lucros com o café no mundo:
1° Alemanha: US$ 34,3 bilhões
2° EUA: US$ 22,4 bilhões
3° Japão: US$ 10,2 bilhões
4° Itália: US$ 9,9 bilhões
5° França: US$ 7,7 bilhões
O Brasil, gigante cafeeiro mundial, enfrenta um paradoxo: ser o maior produtor e receber menos do que nove países. A indústria 4.0, impulsionada pela Inteligência Artificial (IA), surge como uma oportunidade para o Brasil superar esse desafio e se tornar líder em valor agregado no mercado global de café.
Estima-se que o mercado global de IA na indústria de café chegará a US$ 2,87 bi até 2027. A tecnologia pode trazer maior precisão, rapidez e uma redução de até 50% de custos, com um padrão global de qualidade.
Emerson Lima, CEO da Sauter, acredita que investir em tecnologia é inevitável e destaca: “Hoje o comprador exige, o padrão de qualidade com informações importrantes como local do plantio, gareantia que não houve trabalho análogo a escravidão. E hoje tudo isso é possível através de ferramentas personalizadas”.
Problemas:
Commoditização do Café e baixo valor agregado já que a maior parte do produto é vendido para fora de maneira bruta. Além disso, um dos principais desafios da indústria do café é a falta de rastreabilidade e transparência na cadeia de fornecimento.
Soluções da tecnologia:
Plataforma de mecanismo de busca de ingredientes com IA, prever com precisão a qualidade e o perfil de sabor do café e a otimização do processo de compra
O uso de Blockchain pode ajudar no combate à fraude e também na fiscalização do produto, evitando que grãos de café de baixa qualidade sejam misturados com grãos de alta qualidade, e produtos falsificados sejam vendidos como autênticos.
A ABIC, Associação Brasileira da Indústria de Café defende há muito tempo as certificações de qualidade como um diferencial competitivo para os produtores. Cardoso, presidente da ABIC, destaca: “A criação de cafés especiais amplia a oferta para o consumidor, é importante também focar em exportar esses cafés de qualidade como produto já acabado. Esse movimento está ganhando força no Brasil, e é o mesmo que aconteceu nos EUA. Com isso, a tendência é a régua subir. Isso beneficia a indústria, o supermercado e quem ganha de verdade é o consumidor que terá a possibilidade de consumir cafés de alta qualidade.”