No cenário da bolsa de valores brasileira, duas empresas estão ganhando destaque com planos de agrupar suas ações. Westwing (WEST3) e João Fortes Engenharia (JFEN3) buscam elevar o valor de seus papéis para além de R$ 1, escapando assim do grupo das penny stocks.
As penny stocks, ações cujo valor é inferior a R$ 1, são notoriamente conhecidas por sua alta volatilidade. Pequenas variações em seus preços podem gerar grandes flutuações percentuais, atraindo investidores especulativos. A B3, bolsa de valores brasileira, impõe restrições a essas ações para controlar essa volatilidade excessiva. Recentemente, a B3 enviou um comunicado à Westwing destacando a necessidade de reduzir esse risco.
Grupamento de Ações da Westwing: Uma Solução Viável?
Desde junho deste ano, as ações da Westwing têm sido negociadas por menos de R$ 1. Na última quinta-feira (15), essas ações estavam cotadas a R$ 0,90. Diante dessa situação, a B3 exigiu que a empresa tomasse medidas para elevar o valor de suas ações para mais de R$ 1 até 28 de janeiro de 2025.
Em resposta, a Westwing planeja avaliar um grupamento de ações até 25 de outubro, com posterior deliberação dos acionistas em uma assembleia até 28 de janeiro de 2025. Contudo, a empresa ressalta que poderá desistir do grupamento caso eventos externos elevem o valor das ações além de R$ 1 de forma sustentável.

Por que João Fortes Optou pelo Grupamento?
A João Fortes Engenharia já deu passos concretos em sua estratégia de grupamento. A empresa anunciou, na última quinta-feira (15), que convocará uma assembleia de acionistas para 10 de outubro, com o objetivo de deliberar sobre o agrupamento de ações.
A proposta da João Fortes é agrupar cada lote de 20 ações em um único papel. Se aprovada, os acionistas terão 30 dias para ajustar suas posições de acordo com o novo formato. As ações da empresa, atualmente cotadas a R$ 0,25, também têm enfrentado a mesma pressão para superar a barreira de R$ 1.
Ano de Recordes em Grupamentos de Ações?
O ano de 2024 promete ser marcante em termos de grupamento de ações na B3. Conforme apontado pelo portal Investidor10, pelo menos oito empresas já optaram por essa estratégia até agora, incluindo grandes nomes como Oi (OIBR3) e Magazine Luiza (MGLU3).
Além disso, outras empresas também planejam grupamentos nos próximos dias, como Americanas (AMER3) em 26 de agosto e PDG Realty (PDGR3) em 21 de outubro. A Coteminas (CTNM4) e a Neogrid (NGRD3) também programaram assembleias para discutir o tema nos dias 16 e 28 de agosto, respectivamente.
Quais Outras Empresas Podem Adotar o Grupamento?
Ainda assim, a B3 continuará a contar com diversas penny stocks, que são potenciais candidatas ao grupamento de ações. Entre essas empresas, destacam-se Infracomm (IFCM3) e Kora Saúde (KRSA3), que podem seguir o mesmo caminho para buscar maior estabilidade e atratividade para os investidores.
As decisões de grupamento de ações visam não apenas estabilizar os preços dos papéis, mas também atrair um perfil de investidor mais focado em fundamentos sólidos e menos em especulações. A expectativa é que essas medidas tragam maior solidez ao mercado, beneficiando tanto empresas quanto investidores no longo prazo.