A desigualdade de renda é um dos principais desafios que impedem o Brasil de alcançar um crescimento econômico sustentável. No último episódio do programa BM&C Strike, o economista VanDyck Silveira, conversou sobre as questões críticas de como essa desigualdade afeta diretamente o tamanho do mercado interno e o potencial de consumo do país.
Silveira apontou que, apesar das promessas de um grande mercado consumidor, a realidade é que a distribuição de renda no Brasil é extremamente concentrada, limitando o poder de compra de grande parte da população. “O gigantesco mercado interno brasileiro é muito limitado por causa da renda e sua distribuição pornográfica,” afirmou o economista.
Além disso, ele também explicou que a concentração de renda, onde 10% da população detêm mais de 30% do PIB, restringe a formação de uma classe média forte e dinâmica.
A discussão também abordou os efeitos dessa desigualdade no cenário econômico mais amplo. Silveira destacou que a fuga de investimentos e a saída de grandes empresas do Brasil são reflexos diretos dessa limitação do mercado interno.
Empresas como LG, Ford e Mercedes deixaram o país nos últimos anos, em parte devido à queda do número de consumidores qualificados economicamente. “A produtividade real do brasileiro não cresce há mais de 60 anos,” ressaltou Silveira, citando a baixa qualidade da educação como um fator chave para essa estagnação.
Outro ponto importante do episódio foi a comparação do Brasil com outras nações que conseguiram superar a armadilha da renda média, como a Coreia do Sul e a Irlanda. Esses países investiram pesadamente em educação de qualidade e em políticas que fomentaram o crescimento de uma classe média robusta. “O Brasil falha em aprender com esses exemplos, o que resulta em uma contínua espiral de declínio econômico,” disse Silveira.
O economista também alertou para o impacto da educação inadequada na formação da força de trabalho brasileira. “A educação básica no Brasil é talvez a pior do mundo, pois é cara, ineficiente e muito ideologizada”.
Por fim, Silveira foi enfatizou que existe uma necessidade de reformas estruturais para quebrar esse ciclo vicioso. Sem melhorias substanciais na educação e na produtividade, o Brasil continuará enfrentando desafios econômicos crescentes. “O país precisa urgentemente de uma política pública que priorize a educação e a eficiência econômica para evitar um futuro de estagnação,” concluiu.