O Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para retomar o julgamento da “revisão da vida toda” do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre os dias 23 e 30 de agosto. A decisão inicial, que favorecia uma aposentadoria e pensão maiores para os segurados, foi suspensa, e agora os ministros irão analisar um recurso do Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev).
O recurso visa resguardar os direitos dos aposentados e pensionistas que já acionaram a Justiça para solicitar a revisão do benefício. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há 102.791 ações em andamento sobre o tema. A revisão propõe recalcular os benefícios considerando todas as contribuições previdenciárias feitas ao longo da vida trabalhista do segurado.
O Que é a Revisão da Vida Toda?

Em 2022, o STF reconheceu o direito dos aposentados à “revisão da vida toda”, permitindo que seus benefícios fossem recalculados com base em todas as contribuições previdenciárias. Antes disso, o cálculo era restrito às remunerações a partir de julho de 1994, quando o Plano Real entrou em vigor. Isso representava uma mudança significativa, principalmente para aqueles que tiveram salários mais altos antes desta data.
A revisão da vida toda do INSS beneficia especificamente aqueles que se aposentaram entre 29 de novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019, a data da última reforma da Previdência. O objetivo é reconhecer todas as contribuições feitas pelo trabalhador, proporcionando uma correção justa e um valor de benefício mais próximo do real esforço contributivo.
Como Ficou o Julgamento do STF?
Após a decisão favorável do STF em 2022, o INSS recorreu e a revisão não foi implementada. O INSS argumentou que seria necessário definir parâmetros concretos antes de aplicar qualquer correção nos benefícios. Além disso, o órgão temia um impacto financeiro significativo nas contas da Previdência Social, que já enfrenta um déficit.
Com base nisso, a aplicação da revisão da vida toda foi postergada, aguardando um julgamento definitivo sobre os parâmetros e condições necessários para sua execução. O recurso do Ieprev põe em foco a urgência em proteger os direitos dos segurados, especialmente daqueles que já têm processos em andamento.
A Revisão da Vida Toda Será Automática?
Não, a revisão da vida toda do INSS não será automática. Apenas os beneficiários que já possuem processos judiciais a respeito ou que venham a entrar com ações, respeitando os prazos e critérios estabelecidos, poderão ser beneficiados. Muitos segurados têm esperança de que o STF defina logo os parâmetros para que essa revisão possa ser implementada de forma justa e clara.
Quem Teria Direito à Revisão?
Caso estivesse em vigor, a revisão da vida toda poderia beneficiar os segurados que atendem aos seguintes requisitos:
- Ter se aposentado (recebido o primeiro pagamento de aposentadoria) há menos de dez anos, devido ao prazo decadencial para revisão.
- Ter se aposentado entre 29 de novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019, data da última reforma da Previdência.
- Ter iniciado a vida laboral formal antes de julho de 1994, época anterior ao Plano Real.
Quais Serão as Próximas Etapas?
Agora, resta aguardar a próxima semana para ver como o STF irá deliberar sobre o recurso apresentado. A expectativa é que, desta vez, os ministros consigam clarear de uma vez por todas se a revisão da vida toda será implementada e quais serão as regras válidas para que os segurados reivindiquem essa revisão dos benefícios previdenciários.